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20% das cidades têm nota ruim no SUS

Em índice criado pelo próprio ministério, esses municípios obtiveram pontuação abaixo de 5, considerada 'razoável'

Só 1,9% dos brasileiros vivem em municípios com índice de 7 em diante; IDSUS será divulgado a cada 3 anos

JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

O país tirou nota 5,47 em qualidade e acesso a serviços da rede pública de saúde, segundo o primeiro IDSUS (Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde), lançado ontem pelo governo.

Mais de 20% dos municípios, que reúnem 27% da população, porém, não alcançaram 5, na escala de 0 a 10.

Isso significa que essas cidades não fizeram nem a metade do caminho até o SUS ideal, em que o atendimento é adequado e para todos. Um técnico do governo classificou 5 como "razoável" e 7 como o que o SUS "deveria ter se a gente pensasse na qualidade de vida da população".

Somente 1,9% dos brasileiros vivem em municípios com índice de 7 em diante.

O ministro Alexandre Padilha, contudo, evitou indicar o IDSUS razoável. Disse que 10 é a única nota satisfatória e que o índice mostra que "acesso de qualidade é o grande desafio para a saúde".

O objetivo do índice, que será divulgado a cada três anos, diz Padilha, é permitir a criação de metas individuais. Se cumpridas, podem render recursos extras.

O mais alto IDSUS é o de Arco-Íris (8,38), cidade no interior paulista de 1,9 mil habitantes. O pior está em Pilão Arcado (BA), com nota 2,5.

O ministério dividiu os municípios em seis grupos, para evitar a comparação entre cidades ricas e pobres e com estruturas de saúde díspares. Ou seja, tirar nota 7 é mais fácil para quem tem mais dinheiro e estrutura (grupo 1).

Lidera esse grupo Vitória, a melhor entre as capitais. São Paulo está na 10ª melhor posição desse mesmo grupo.

RIO

O Estado do Rio teve nota abaixo da média nacional e a cidade do Rio foi a capital pior avaliada do país.

O secretário municipal de Saúde do Rio, Hans Dohmann, diz que o mau desempenho deve-se "ao baixo investimento histórico na saúde" e que agora "a população coberta passou de 3% para 30% e deve chegar a 35%".

Já para o secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, a divulgação do índice deveria vir acompanhada de um planejamento do ministério para melhorar o desempenho dos mal avaliados. Ele ressaltou ainda que o Estado já conta com um plano para ampliar a atenção básica.

Um dos motivos para que grandes capitais não tivessem notas muito altas é o fato de grande parte da população ser atendida por planos de saúde. O IDSUS considera que a população total deveria ser coberta pelo SUS.

Colaborou a SUCURSAL DO RIO

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