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Ministério investiga denúncia de que Unip frauda exame federal

Acusação é de que a universidade evita, de forma irregular, que estudantes com baixo desempenho façam o Enade

Instituição nega as irregularidades e diz que obtém bons resultados devido à qualidade dos cursos

DE SÃO PAULO

O Ministério da Educação investiga uma denúncia de que a Unip, uma das maiores universidades do país, seleciona, de forma irregular, seus melhores alunos para fazerem o Enade, a avaliação federal do ensino superior.

Segundo a acusação, a instituição omite informações ao MEC dos estudantes considerados fracos em seus cursos, não preenchendo totalmente nos cadastros do ministério os dados desses alunos.

Assim, eles ficam inaptos a prestar o Enade, obrigatório para todos em determinados cursos. Após a prova, a situação é regularizada.

Há casos de cursos bem avaliados em que o número de alunos que prestaram o Enade não chega a dez, como odontologia em Campinas.

Uma nota alta no exame nacional faz com que a instituição escape de fiscalizações do ministério, além de servir de publicidade para atrair novos estudantes para a escola.

A Unip nega as irregularidades. Diz que obtém bons resultados devido à qualidade de seus cursos.

Na última avaliação federal divulgada, a instituição recebeu média 3, numa escala de 1 a 5. A nota 3 é suficiente para que a instituição não passe pela fiscalização.

A denúncia ao ministério foi feita por uma instituição privada do interior de São Paulo, concorrente da Unip, segundo a Folha apurou.

O material foi enviado ao ministro Aloizio Mercadante. A pasta enviou documento à Unip cobrando explicações.

A escola tem utilizado constantemente resultados nas avaliações federais em suas publicidades. Em uma delas, afirma que "mais uma vez os resultados da Universidade Paulista no Enade são excepcionais. E novamente os alunos da Unip brilham".

REFORÇO

Estudantes da instituição disseram também que a escola adotou aulas diárias de reforço para o Enade.

Os alunos reclamam que as faltas nas atividades são consideradas na frequência obrigatória do curso. O não comparecimento pode causar perda de nota. Para o MEC, não há irregularidade.

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