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Promotor diz que parque sabia de falha em cadeira

Equipe de manutenção ia consertar brinquedo no momento do acidente

Dois operadores do parque já disseram, em depoimento, que haviam notificado supervisor sobre falha

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

O Ministério Público disse ontem ter certeza de que a supervisão do Hopi Hari foi comunicada sobre problemas mecânicos na La Tour Eiffel antes do acidente, conforme relataram à polícia dois funcionários do parque.

Foi nesse brinquedo que a estudante Gabriella Yukari Nichimura, 14, morreu na sexta-feira da semana passada após cair de uma altura de pelo menos 25 metros.

Segundo o promotor Rogério Sanches Cunha, prova desse conhecimento é a chegada de uma equipe de manutenção à torre no momento em que a menina caía.

"A supervisão foi avisada, temos vários depoimentos nesse sentido. Se não tivesse sido, a manutenção teria ido até lá por quê?", disse. "O brinquedo não deveria funcionar até que essa equipe terminasse seu trabalho."

Na última quarta, os operadores Igor de Oliveira e Marcos Antonio Leal disseram à polícia que tinham alertado os supervisores sobre falhas na cadeira de onde Gabriela caiu e nada foi feito.

A cadeira estava desativada havia dez anos porque, devido à sua posição, uma pessoa alta poderia bater as pernas numa das estruturas do brinquedo no momento da descida. Naquele dia, porém, os monitores perceberam que a cadeira estava destravada e poderia ser usada.

A Promotoria não informou, porém, o nome dos supervisores que foram comunicados nem se a informação chegou à direção do parque.

Ontem, após a declaração do promotor, o Hopi Hari confirmou que um dos chefes dos monitores foi, de fato, alertado.

Anteontem, o parque havia alegado que a versão dos funcionários poderia não ser verdadeira e, por isso, precisava de uma investigação.

O Hopi Hari alega que o acidente ocorreu após uma sucessão de falhas. A menina sentou-se numa cadeira desativada porque algum funcionário da manutenção mexeu, indevidamente, numa trava de segurança. Ela deixava travada uma alavanca e, com isso, ninguém conseguiria sentar-se nessa cadeira.

O Hopi Hari afirma que os monitores e a chefia superior tinham autonomia para impedir, sozinhos, a subida do brinquedo e que eles não seguiram as normas de praxe.

O advogado Bichir Ale Bichir Júnior, que defende os operadores Oliveira e Leal, disse que eles tiveram de ler apenas um manual de cinco páginas para atuar ali.

O Hopi Hari está fechado aos visitantes para a realização de uma perícia. Ele deve reabrir no dia 15.

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