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Tempo ruim dificulta buscas por turista brasileiro no Chile

Felipe Santos desapareceu na quinta após acidente no vulcão Villarrica

Rapaz descia de vulcão durante passeio quando caiu com outros três turistas; um morreu e outros 2 estão feridos

SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL AO CHILE

O turista brasileiro Felipe Guimarães dos Santos, 28, está desaparecido desde anteontem após um acidente ocorrido durante um passeio ao vulcão Villarrica, na região chilena de Araucania, ao sul do país.

O acidente ocorreu na quinta-feira, por volta das 13h, após uma súbita mudança das condições meteorológicas na região.

Santos estava descendo do vulcão, próximo a um grupo de quatro pessoas, quando o mexicano Rodolfo Saravis Hernández, 21, perdeu o equilíbrio e caiu, arrastando outros três turistas.

Hernández morreu na hora, enquanto o brasileiro caiu numa fenda, num local inacessível. Os outros dois ficaram gravemente feridos e foram internados no hospital San Francisco de Pucón.

Além dos quatro, havia ainda mais 14 turistas no vulcão, levados por duas empresas especializadas no passeio, a Politur e a Patagonia Experience.

"Foi uma fatalidade. O tempo estava bom e virou de repente. Tínhamos tomado todas as precauções de segurança. Trata-se de uma tragédia natural", disse à Folha Paulina Fernandez, administradora da Patagonia Experience, que levava Santos.

PASSEIO SEM RESTRIÇÕES

A excursão ao vulcão Villarrica é tradicional na região. É um passeio que leva de seis a sete horas. Não há restrições etárias e não é considerado um tour especialmente perigoso. As agências apenas vetam mulheres grávidas e pessoas com problemas no coração.

Após a subida, alguns turistas optam por deslizar em alguns trechos no retorno. O valor médio para subir num grupo de dez a doze pessoas acompanhados de um guia é de US$ 100 (R$ 173). Havia dois guias nesse dia acompanhando os turistas.

As equipes de busca trabalharam no primeiro dia até as 18h. Ontem, retomaram o trabalho às 6h30, mas às 15h desistiram, por causa das condições meteorológicas.

"Está chovendo muito e ventando. Fazer uma busca a 2.500 m de altitude nessas condições é muito difícil e arriscado", disse Fredy Riva, diretor da Onemi (Oficina Nacional de Emergência do Ministério do Interior e de Segurança Pública) de Araucania, que comanda a tentativa de resgate. A temperatura no local está em torno dos 6 graus.

Ele acrescentou que ontem foram localizados a máquina fotográfica e os óculos de sol do rapaz, o que ajuda a ter segurança de que estão buscando na direção certa.

CHANCES

"Não descartamos a possibilidade de encontrá-lo com vida, apesar de que, com o passar do tempo, essas chances diminuem", disse ontem Fredy Riva. As buscas recomeçam hoje cedo. A família do rapaz, que é de Brasília, viajou ao Chile para acompanhar os trabalhos de buscas.

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