Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Amélia Burali Moreli (1922-2012)

Meio século vivido numa chácara

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Amélia Burali Moreli estabeleceu-se na chácara da família, em Assis, a 434 km de São Paulo, em 1961. Viveria na mesma casa até morrer.

A cidade cresceu tanto ao longo do tempo que a chácara Burali, como é chamada, foi sendo engolida aos poucos. Embora tenha vendido parte da propriedade, Amélia ainda tinha sua horta, mangueiras e jabuticabeiras.

Natural de Macatuba (SP), mudou-se para Assis aos 14 anos. Aos 19, casou-se com o pintor de paredes Ernesto Moreli, que conhecera num baile, e teve oito filhos na cidade. Dois morreram cedo, restando-lhe seis meninas.

Aos 39 anos, mudou-se para a chácara e de lá não quis mais sair. Por um tempo, sua grande preocupação foi uma pedreira, onde duas crianças que por lá brincavam morreram. Temia pelos filhos, mas nada de mais grave ocorreu.

Na casa de madeira, fazia crochês, recebia os familiares e acompanhava suas novelas. Odiava quando telefonavam no meio de uma delas e dava bronca nos personagens que apareciam na televisão, como se fizesse parte da trama.

Na sala, mantinha retratos de quase todo mundo da família: dos irmãos, das filhas, dos 12 netos e dos 14 bisnetos. Registros de casamentos na família também iam parar nas paredes ou estantes.

Quando precisavam, os familiares sempre recorriam às suas rezas e simpatias.

Viúva desde 1994, morreu na terça-feira, aos 89 anos, em decorrência de uma pneumonia. A família diz que pretende manter a propriedade.

A missa do sétimo dia será realizada amanhã, às 19h, na catedral de Assis, onde se casou e batizou os filhos.

coluna.obituario@uol.com.br

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.