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Kassab vê 'interesse escuso' em paralisação

Prefeito afirma que sindicato dos caminhoneiros autônomos está fazendo 'chantagem' com a cidade de São Paulo

'Problema vai ter, essa é a razão da chantagem, mas vamos ceder? Lógico que não', diz em entrevista à Folha

DE SÃO PAULO

O prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse que não negociará adaptações nas regras de restrição de caminhões enquanto permanecer a greve.

Para ele, a manifestação é "chantagem", "ação criminosa" e afirmou que há "interesses escusos" por trás do protesto. Leia a entrevista.

(EVANDRO SPINELLI)

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Folha - Como a prefeitura está lidando com o desabastecimento de combustível?

Kassab - É chantagem, uma ação criminosa com a cidade.

Tentou-se negociar?

Há um ano eles [sindicato dos caminhoneiros autônomos] sabem que ia chegar esse dia. Nós temos tido diálogo. Em algumas oportunidades eles pediram que eu os recebesse, e eu os recebi, junto com o secretário. Era para ter sido implantado em dezembro. Pediram para prorrogar, nós prorrogamos. Agora, neste momento a gente não recebe. A greve é inaceitável, é chantagem. Imagina ceder a uma chantagem? Quem cede uma vez cede sempre.

Então não há conversa neste momento com nenhum setor?

A Secretaria de Transportes está ponderando, mostrando o equívoco que existe. Mas é inaceitável qualquer diálogo para buscar aperfeiçoamento antes de voltar à normalidade o abastecimento.

Houve algum problema com serviços essenciais?

Não. Já tínhamos uma análise dos setores essenciais. Ônibus, lixo, hospitais, estão todos sendo monitorados.

Não vai haver problema?

Problema vai ter. Essa é a razão da chantagem. Mas vamos ceder? Lógico que não. A polícia está sendo muito firme, a Secretaria da Segurança já abriu inquérito.

O senhor tem alguma informação sobre interesses não relacionados à restrição?

São interesses escusos, com certeza. Não quero nem saber o que tem por trás, quero saber que é correta a medida, vão ter de respeitar...

Depois que normalizar a prefeitura pode liberar a circulação dos VUCs [veículos urbanos de carga] no centro?

A gente nunca se nega a conversar, voltar atrás para aperfeiçoar. A cidade é muito complexa para a gente afirmar sempre que está certo, que não possa ter mudada a realidade. Agora, jamais às custas de chantagem.

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