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Polícia diz que crime contra moradores de rua foi encomendado

Segundo a investigação, comerciante de cidade-satélite de Brasília é o mandante da ação, que deixou um morto

Sete homens atearam fogo em dois mendigos no domingo passado; dois dos participantes têm defesa constituída

JÚLIA BORBA
DE BRASÍLIA

O crime contra dois moradores de rua, queimados em Santa Maria, cidade-satélite de Brasília, foi encomendado por um comerciante local. É isso que apontam as investigações da Polícia Civil da cidade.

Sete homens participaram da ação, entre eles o mandante e dois menores de idade.

Até o momento, quatro estão presos e um receberá o benefício da delação premiada. Os dois menores de idade ainda não foram detidos.

Segundo a polícia, Daniel de Abreu Lima, 36, é dono de uma marcenaria que fica próxima de onde viviam os mendigos.

Ele estava incomodado com a presença dos dois e, para intimidá-los, pagou R$ 100 para que "dessem um susto" neles. O comerciante tem passagem pela polícia por maus-tratos.

Também participaram da ação Edmar Pereira da Cunha Júnior, 19, -que tem antecedentes criminais- Lucas Júnio Araújo de Sá, 19, Gervano Balbino de Oliveira, 21, e Daniel Douglas Cavalcante Cardoso, 19.

O acordo entre os sete era o seguinte: eles colocariam fogo perto de onde moravam Paulo César Maia, 42, e José Edson Miclos Freitas, 26.

De acordo com o delegado-chefe que cuidou da investigação, Guilherme Nogueira, não restam dúvidas sobre o caso.

Segundo a investigação, no dia 26, o grupo comprou combustível e, sem que fosse percebido, foi ao local onde estavam os mendigos. Sá jogou a gasolina sobre eles e Júnior ateou o fogo.

Freitas morreu no dia seguinte. Maia continua hospitalizado e, segundo a equipe médica do Hran (Hospital Regional da Asa Norte), onde está internado, reage bem ao tratamento.

"Eles vão responder por homicídio e tentativa de homicídio", diz o delegado. Lima também será indiciado por corrupção de menores.

Lima e Júnior já constituíram advogados. A Folha não conseguiu localizá-los.

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