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Investigação de acidente com jet ski é levada para seccional

Decisão ocorre após delegado não indiciar ninguém por morte de menina

Caso, ocorrido em Bertioga, é transferido para delegacia de Santos; testemunhas serão interrogadas

AFONSO BENITES
ENVIADO ESPECIAL A SANTOS

Um dia depois de o delegado Maurício Barbosa Junior anunciar que não iria indiciar (acusar formalmente) ninguém pela morte da menina Grazielly Lames, 3, atropelada por um jet ski em Bertioga, a investigação sobre o caso foi transferida para a Delegacia Seccional de Santos.

A decisão foi do delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima.

"Ele [o delegado Barbosa Junior] estava se sentindo pressionado pela imprensa [para concluir logo as investigações]. Mas não cometeu nenhum deslize", afirmou Rony da Silva Oliveira, que assumiu a investigação.

Procurado ontem, Barbosa Júnior não atendeu aos telefonemas da Folha.

No dia 18 de fevereiro, sábado de Carnaval, Grazielly foi atropelada por um jet ski que, segundo testemunhas, era conduzido por um garoto de 13 anos. Após o acidente, o menino fugiu para casa do padrinho, o empresário José Augusto Cardoso Filho, em um condomínio de luxo.

O empresário é o dono do jet ski. Pela lei, menores de 18 anos não podem conduzir o equipamento.

O novo responsável pelas investigações afirmou que ainda não sabe se vai indiciar alguém. "Depende da investigação. Não posso sair indiciando todo mundo só porque a imprensa quer. Dependemos da perícia e ouviremos outras testemunhas."

Segundo a polícia, outras cinco pessoas, entre elas o outro garoto que estava no jet ski no momento do acidente, deverão ser interrogadas nos próximos dias.

Durante as investigações, testemunhas disseram que viram o menino montado no jet ski e que ele já havia dirigido a moto aquática em outras ocasiões. O garoto, porém, disse que não subiu no jet ski e que apenas ligou o aparelho, que perdeu o controle e acertou a menina.

PRÉ-CANDIDATO

Questionado se a polícia estava se sentindo pressionada porque o padrinho do menino é pré-candidato a prefeito de Suzano pelo PSDB, mesmo partido do governador Geraldo Alckmin, o delegado Oliveira negou que isso tenha ocorrido. "Não nos preocupamos com a condição social do envolvido. Quem se preocupou com isso foi a imprensa."

O empresário foi ouvido pela polícia, mas o teor do depoimento não foi divulgado.

Para o advogado Maurimar Chiasso, que defende a família do garoto de 13 anos, a mudança do inquérito não deve alterar as investigações.

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