Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

População vai pagar por restrição, diz líder grevista

'Se o caminhão não roda, a cidade para mesmo', afirma Norival Silva

Caminhoneiro diz que não prevê novos protestos em SP, mas entidades já planejam paralisação nacional

Gabo Morales/Folhapress
Cones em entrada de posto na avenida Rebouças (zona oeste) indicam que não há combustível para ser comercializado
Cones em entrada de posto na avenida Rebouças (zona oeste) indicam que não há combustível para ser comercializado

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

Líder da paralisação que causou uma crise de abastecimento nos postos da Grande São Paulo, o presidente do Sindicam (sindicato dos caminhoneiros autônomos), Norival de Almeida Silva, diz que o aumento do preço do combustível e outros produtos é inevitável com as restrições à circulação de cargas.

Ontem, o Sindicam informou que 23 entidades que representam autônomos no país discutem uma greve nacional contra as restrições e por outros motivos, como o não pagamento de vale pedágio aos motoristas autônomos.

-

Folha - Estão previstas novas restrições na circulação de caminhões no ABC também. Como vocês vão agir?
Norival Silva - O protesto foi para mostrar que essas restrições são para nos prejudicar. O objetivo da paralisação era mostrar que, dependendo das restrições, o custo vai aumentar e não vai ter produto. Não estou dizendo que vou fazer outros protestos, mas, pela própria restrição, a mercadoria pode não chegar.

Quantos caminhoneiros você representa?
Pertenço a uma base que tem cerca de 280 mil.

Você é filiado a alguma central sindical, CUT ou Força?
Sou independente.

A categoria vai pedir aumento do valor do frete por causa dos impactos da restrição?
Se eu tiver um custo maior (com hora extra e km rodado), vou pedir acréscimo. Se a companhia de petróleo me pagar isso, ela vai embutir nos custos dela. Quem vai pagar? A população, porque os preços vão aumentar.

A greve causou uma crise nos postos da Grande São Paulo.
Os prefeitos precisam entender que o caminhão precisa rodar para entregar, se não a cidade para mesmo. Uma categoria que tem esse peso para o país deveria ser respeitada. A estratégia foi parar o transporte de combustível por três dias. Assim o desabastecimento do produto viria de imediato, chamando a atenção da prefeitura. Temos argumento para provar que somos necessários em qualquer esquina do país.

Você acha que o movimento saiu enfraquecido?
Não. Comecei o protesto sabendo que o [prefeito Gilberto] Kassab não iria recuar. Eu queria mostrar ao prefeito o custo que a restrição vai gerar à cidade. O caminhoneiro não vai trabalhar de graça porque o prefeito quer que o ele trabalhe fora do horário.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.