Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Manual de funcionários do Hopi Hari foi desrespeitado

Ao menos dois itens foram ignorados no dia do acidente que matou adolescente

Advogado diz que parque poderá ser responsabilizado civilmente, mas não criminalmente

MARÍLIA ROCHA
DE CAMPINAS

O manual usado no treinamento de funcionários do Hopi Hari foi desrespeitado em ao menos dois pontos no dia do acidente que matou Gabriella Nichimura, 14.

O documento ao qual a Folha teve acesso, de dez páginas, orienta os funcionários do parque a agir nas diversas funções de operação dos brinquedos, mas não traz recomendações específicas sobre cada atração.

Um dos itens afirma que o operador deve seguir um check-list antes de ligar o brinquedo e, se encontrar itens que possam trazer risco, avisar seu superior -responsável por liberar a atração após a solução do problema.

O funcionário Marcos Antônio Leal disse à polícia que notou que a trava da cadeira de Gabriella estava frouxa no dia do acidente e que avisou o supervisor Lucas Martins.

Mas, segundo ele, ouviu que o brinquedo poderia operar enquanto a equipe de manutenção se dirigia ao local.

Martins não foi ouvido pela polícia de Vinhedo, cidade onde fica o parque. A Folha não localizou seu advogado.

Outro trecho do manual diz que o funcionário que cuida do embarque e desembarque deve checar se todos os visitantes estão "devidamente acomodados e com as travas fechadas". Se notar problemas, deve avisar outro atendente para barrar a operação.

O funcionário responsável pela sessão em que a família de Gabriella se sentou no La Tour Eiffel -ainda não identificado pela polícia- não notou que a garota estava ocupando uma cadeira sem cinto de segurança. Segundo o parque, aquele assento estava desativado há dez anos e, por isso, não tinha o acessório.

RESPONSABILIDADES

O delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior diz que funcionários de diversos níveis hierárquicos serão responsabilizados pelo acidente.

O advogado que representa o Hopi Hari, Alberto Toron, disse não ter "a menor dúvida" de que o manual foi desrespeitado. Segundo ele, o parque pode até responder civilmente pelos atos de um funcionário, mas a responsabilidade criminal é "pessoal e intransferível".

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.