Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Idosa é barrada em Madri e fica três dias sozinha em aeroporto

Turista de 77 anos ficou retida no terminal espanhol só com a roupa do corpo; ela foi extraditada

Polícia espanhola diz que ela foi deportada pois a filha e o genro estão em situação ilegal no país; família nega

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MADRI

O governo espanhol decidiu extraditar esta semana uma turista brasileira de 77 anos ao descobrir que sua filha tem uma ordem de expulsão do país, já vencida.

A aposentada Dionísia Rosa da Silva, que vive em Sumaré (118 km de SP), voltou ao Brasil ontem, depois de passar três dias retida no aeroporto de Barajas, em Madri, só com a roupa do corpo.

Foi o primeiro caso de um cidadão idoso deportado na capital espanhola, segundo o consulado do Brasil.

O episódio reascendeu a crise entre Brasília e Madri por conta da deportação de brasileiros. Embora o número de turistas barrados no aeroporto de Barajas esteja em queda desde 2008 e não represente mais de 1% dos brasileiros que chegam ao país, a Embaixada do Brasil em Madri trava duras negociações com a Espanha para relaxar as normas.

Formalmente, a aposentada foi barrada por não apresentar a carta-convite para hospedar-se na casa da filha, que é uma das exigências da Espanha. Mas a polícia informou ontem que decidiu deportá-la ao averiguar que sua filha e seu genro vivem no país de forma irregular.

A família diz que já entrou com a documentação necessária para residir no país legalmente e que espera a resposta do governo.

A polícia alegou que Dionísia não tinha extrato bancário que provasse meios financeiros para manter-se durante os 12 dias que durava sua passagem -Madri exige que se certifique, com dinheiro ou extrato bancário e cartão, ter ao menos 70 euros por cada dia na Europa.

Por isso, reteve a aposentada, que viajava com a neta, residente na Espanha e com documentação vigente. A idosa foi levada a uma sala no aeroporto com cama e atendimento médico.

A família apelou para as autoridades espanholas alegando que a idosa já havia sofrido derrame e viajava pela primeira vez para fora do país. Anteontem, ela teve sangramento no nariz e ligou para a neta, que acionou o consulado. Segundo o consulado, um médico não diagnosticou problemas graves nela, que é baiana de Itabuna.

Ontem, ela foi avisada que voltaria ao Brasil. A demora aconteceu porque a companhia aérea pela qual ela viajava só opera dois voos semanais para São Paulo. A polícia alegou que ela podia comprar um novo bilhete. A família diz que não foi informada.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.