Ciclovia na Paulista pode ser 'emblemática' e 'inconveniente'

	Joel Silva/Folhapress
	Ciclista trafega em meio aos carros na avenida Paulista, na região central de São Paulo

A ideia de uma ciclovia na Paulista, que tomou força depois da morte da bióloga Juliana Dias, 33, na avenida na semana passada, não é consenso entre especialistas.

Por ser muito conhecida no Brasil inteiro, uma ciclovia ali seria uma oportunidade de "alardear" a bicicleta como meio de transporte e incentivar a criação de vias para esses veículos em São Paulo e no resto do país, diz o engenheiro civil Creso Franco Peixoto, professor da FEI e mestre em transportes.

Ele acredita que a via exclusiva para bicicletas deveria ser feita na calçada, com pintura e barreiras físicas a serem removidas no futuro, quando o nível educacional for maior e houver fiscalização de normas de trânsito por ciclistas e pedestres. "A convivência entre pedestres e ciclistas é possível".

Desde que o espaço suprimido seja o de circulação dos carros, o consultor em trânsito e transporte Horácio Augusto Figueira é favorável a uma ciclovia na avenida Paulista. Ele também acha que uma ciclovia na alameda Santos é boa opção.

Luís Antônio Seraphim, que também é consultor em trânsito e transporte, opina que, quando existe a demanda por uma meio de transporte em uma via -cerca de mil viagens de bicicletas são feitas na Paulista todos os dias- é dever do poder público proteger esse usuário.

No entanto, o especialista acredita que há "inconvenientes" para se fazer uma ciclovia na Paulista. Entre eles o fato de a avenida ter muitas conversões de fluxo intenso à direita, lado em que as bicicletas circulariam.

"Não é um impeditivo, mas [a ciclovia] não vai garantir a segurança para o usuário".

Para Flamínio Fishman, urbanista especialista em trânsito, seria mais razoável implantar uma via exclusiva para bicicletas, com duas mãos, na paralela alameda Santos, suprimindo as vagas de estacionamento ali.