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Pancadão é trocado por brincadeira infantil nos domingos da periferia

Programa leva monitores e atividades para crianças a praças da zona leste e norte

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

No lugar do pancadão, onde o funk que vinha dos carros de som ecoava e atraía uma multidão ao bairro, o som de música infantil. Em vez de adolescentes e adultos requebrando até o chão, crianças com rostos pintados brincam com carrinhos de madeira ou deslizam pelo escorregador inflável.

A mudança aconteceu na praça Sete Estrelas, no Jardim Robru, encravado no extremo leste da cidade, que ontem recebeu brinquedos educativos, pula-pula e piscina de bolinhas, além de um grupo de monitores.

Eles fazem parte do programa Polos de Brincar, da prefeitura, que já acontece em seis bairros carentes da cidade, com a promessa de ampliá-lo para outros 23 pontos. A brincadeira acontece aos domingos, das 10h às 17h.

A Folha visitou três dos espaços ontem, que receberam cerca de 400 pessoas, segundo os organizadores.

Todas são áreas precárias em equipamentos públicos de lazer, onde a diversão costuma se resumir a quadras de futebol e poucos brinquedos -muitos deles quebrados- nas praças.

De acordo com o secretário de Esportes, Lazer e Recreação, Bebetto Haddad, serão gastos até o final deste ano cerca de R$ 20 milhões com o projeto. "Fizemos as contas e não dá nem R$ 20 por criança", disse.

Na praça Sete Estrelas, ontem, até as 17h não havia sinal de pancadão. "Não dava para andar no bairro com o funk. Agora, trago meus filhos para brincar", disse a recreadora Jucilene dos Reis, 32, mãos dadas com Ryan, 3, na fila do pula-pula.

MORRO DO URUBU

Desde a semana passada, a pracinha da rua Nascer do Sol, em Cidade Tiradentes, também é ocupada pela criançada.

Antes, o espaço na zona leste, que também é chamado de Morro do Urubu, era usado por usuários e traficantes de drogas aos domingos.

A ideia é manter os equipamentos ali até o final do ano para mudar de vez o apelido do local que já foi usado como desova de corpos.

Um descampado no Jardim Flor de Maio, área de favelas na zona norte, também mudou de cara.

"A ideia é tirar os pais da frente das TVs e colocá-los com os filhos aqui, mas com atividades lúdicas e brincadeira", disse Dineia Mendes, coordenadora do evento. Além dos brinquedos infláveis, era possível ver crianças se equilibrando em pernas de pau e rebolando, mas no bambolê e não ao som de funk. O pancadão no bairro segue em outro endereço.

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