Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Restrição incentiva uso de caminhãozinho

Transportadoras trocam veículos pesados pelos menores para driblar proibição de circulação em vias da capital

Venda de VUC's (veículos urbanos de carga) cresceu no último ano; eles podem carregar até 4 toneladas

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Transportadoras estão se armando contra as restrições aos caminhões na cidade de São Paulo trocando os veículos pesados, que transportam até 40 toneladas de carga, pelos VUCs (veículos urbanos de carga), que comportam até quatro toneladas.

A mudança do perfil de veí-culos começou a ocorrer em 2008, quando todo o centro expandido da capital passou a ser restrito das 5h às 21h, e intensificou-se com as proibições nas marginais Pinheiros e Tietê e em outras 27 vias.

A venda desse tipo de veículo comercial foi a que mais cresceu na fabricante Iveco, por exemplo. No último ano, aumentou 45%.

Na Kia Motors, o VUC respondeu por 28% das vendas na cidade em 2011 -em 2009, era 15%.

Segundo Celso Salgueiro Filho, diretor administrativo da Expresso Mirassol, transportadora com sede em Guarulhos, desde que começaram as restrições, a empresa investiu cerca de R$ 20 milhões acrescentando 120 VUCs e outros 80 utilitários à frota de então 400 caminhões pesados.

O consumo de combustível na empresa aumentou em três vezes.

Agora a transportadora estima que trocará de 20% a 30% dos caminhões por VUCs para o abastecimento dentro da cidade, principalmente se o prefeito Gilberto Kassab (PSD) mantiver a promessa de liberar o trânsito desse veículo em todos os horários.

PRÓS E CONTRAS

Especialistas divergem sobre a vantagem da troca de caminhões pesados pelos de menor porte.

Horácio Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transporte, calcula que um caminhão com capacidade média de 20 toneladas tenha que ser trocado por cinco VUCs.

"Vai criar um efeito multiplicador que só tende a aumentar trânsito, poluição, acidentes e o valor do frete."

Já o especialista Sergio Ejzenberg diz que outras vantagens do veículo mais leve compensam, como a facilidade que eles têm para estacionar e o fato de não ocuparem mais de uma faixa das ruas.

A Secretaria Municipal de Transportes vê a substituição com bons olhos, porque os VUCs são menores, mais ágeis e têm acidentes de menor impacto para a cidade, segundo a pasta.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.