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Metrô e CPTM têm panes em série e prejudicam milhares

Pela manhã, falhas duram cinco horas; à noite, mais uma hora de transtornos

Sindicato aponta superlotação e falta de investimentos; empresas falam em problemas pontuais

Diego Padgurschi/Folhapress
Passageiros se espremem para entrar no metrô, na plataforma da estação da Sé, às 7h45, no sentido Corinthians-Itaquera
Passageiros se espremem para entrar no metrô, na plataforma da estação da Sé, às 7h45, no sentido Corinthians-Itaquera

DE SÃO PAULO
DO "AGORA"

Uma sucessão de panes nos trens da CPTM e do metrô atrasou a circulação de milhares de paulistanos ontem.

De manhã, os problemas afetaram cerca de 200 mil pessoas no horário de pico.

Por cerca de cinco horas, os embarques foram atrasados e algumas estações, fechadas.

À noite, outro problema na CPTM prejudicou os passageiros pela segunda vez no dia.

Os problemas na CPTM começaram às 5h05 na linha 9-esmeralda, que passa pela marginal Pinheiros. Uma falha no sistema de energia fez os trens circularem por apenas uma via entre as estações Granja Julieta e Santo Amaro.

A velocidade foi reduzida em toda a linha, superlotando as estações. A espera, normalmente de 4 a 7 minutos, passou para até 15 minutos.

A CPTM afirmou que 30 mil passageiros foram afetados.

Isso obrigou o Metrô a reduzir a velocidade na linha 5-lilás e a aumentar o tempo de parada para evitar conexões na estação Santo Amaro.

Às 6h40, o Metrô teve o seu próprio problema. Um trem da linha 3-vermelha, na estação Dom Pedro 2º, foi recolhido com falhas no sistema pneumático de portas e freios.

A linha mais movimentada da rede operou com a velocidade reduzida até as 7h21.

Na sequência, às 7h30, outro trem, na linha 1-azul, próximo à estação Vila Mariana, foi recolhido com problemas em seu sistema de tração.

Segundo o Metrô, 165 mil pessoas foram afetadas. Estações chegaram a ser fechadas. Muita gente desistiu ou se atrasou para ir ao trabalho.

A publicitária Aline Soares, 27, foi pega no seu rodízio. "Deixo o carro em casa, tento colaborar com o trânsito e a situação é essa", disse.

O sistema de ônibus extras não foi acionado pela CPTM e pelo Metrô sob a justificativa de não ter havido interrupção total de circulação de trens.

Segundo Vilmar Fratini, diretor de operações do Metrô, em 2011 houve uma média de um incidente por semana do tipo na rede, mas o problema ontem foi potencializado pelas várias ocorrências praticamente no mesmo horário.

Por volta das 20h, uma segunda falha na linha 9-esmeralda afetou os usuários da CPTM. Um trem que circulava no sentido Osasco, na região da estação Presidente Altino, teve um defeito no sistema de tração e parou.

Passageiros desceram na via. A CPTM paralisou a circulação na linha e a linha 8-diamante também foi afetada.

A circulação nas duas linhas só foi totalmente normalizada por volta das 21h. A CPTM não informou o número de pessoas afetadas.

Para o presidente do sindicato dos trabalhadores em ferrovias, Éverson Craveiro, o aumento de trens na linha para suprir a demanda e a falta de investimento em subestações de energia é uma das causas.

Sergio Ejzenberg, mestre em transportes pela USP, diz que o excesso de passageiros é um dos fatores responsáveis pelos problemas.

(EDUARDO GERAQUE, JOSÉ BENEDITO DA SILVA, NATÁLIA CANCIAN E RAFAEL ITALIANI)

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