Alckmin intervém e manda CPTM ampliar manutenção

Após uma série de incidentes no sistema de trens metropolitanos, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) interveio na CPTM e decidiu fechar aos domingos a linha 9-esmeralda -a mais afetada- para intensificar a manutenção.

A medida foi decidida anteontem, mesmo dia em que a empresa informava que a manutenção era adequada, sem requerer ações urgentes.

A paralisação vai permitir mais ações de vistoria e manutenção, inclusive na rede elétrica, onde ocorreu a pane que levou ao caos anteontem.

Alckmin disse que a linha precisa de investimentos no sistema de energia. "Ela tem um problema de carga aérea que precisa ser modernizada." Duas subestações devem ficar prontas apenas em 2014.

Anteontem, Alckmin se reuniu com os presidentes da CPTM, Mário Bandeira, e do Metrô, Sérgio Avelleda, sem o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes -a quem eles são subordinados-, que estava em viagem oficial a Hong Kong.

"Ficamos até tarde da noite avaliando caso a caso, todas as medidas preventivas."

O cronograma de paralisações da linha 9 está sendo elaborado. Ela será fechada no sábado à noite e reaberta na segunda-feira, o que dará 30 horas às equipes técnicas.

Os trabalhos de vistoria e manutenção são feitos hoje apenas entre 0h30 e 3h30, quando os trens não circulam. A medida poderá ser aplicada em outras linhas e no metrô.

Apesar de sua intervenção, Alckmin disse que "são decisões técnicas das empresas" e que a população irá compreendê-las. Neste ano, houve ao menos nove incidentes nas linhas da CPTM.

Também anteontem, o governo criou um grupo para preparar a compra de 55 trens para a CPTM. O negócio vinha sendo discutido desde o início de 2011. O número é quase metade dos 128 trens da frota atual. "Queremos aumentar a capacidade", disse.

A CPTM não tem dados relativos a domingo, mas por dia passam em média 500 mil pessoas na linha -49% de alta nos últimos 12 meses. Para o assistente administrativo Leandro Nascimento, 22, a lotação piorou com a linha 4-amarela do metrô -há uma conexão em Pinheiros. "Ficou impossível circular", diz.

"Os intervalos são longos demais para a quantidade de pessoas. O pessoal chega a brigar para entrar no trem", afirma o vigilante Adriano Aparecido Gonzaga, 33.

A meta é reduzir os intervalos para três minutos -hoje, é de sete minutos no pico.