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Sem apresentar visto de estudante, espanhol é repatriado

Arquiteto estava inscrito em curso de pós-graduação da UFRJ, o qual já havia frequentado por um semestre

Em uma mensagem divulgada na internet, ele se solidarizou com quem é barrado no aeroporto de Madri

MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

O arquiteto e ativista espanhol Pablo Soto foi repatriado anteontem ao chegar ao Aeroporto Internacional Galeão, no Rio de Janeiro.

Ele estava inscrito no curso de pós-graduação da ECO (Escola de Comunicação), da UFRJ (Universidade Federal do Rio). Já havia cursado um semestre, mas não tinha visto de estudante, obrigatório.

No momento do desembarque, Soto apresentou à imigração documento comprovando que estuda na UFRJ.

A declaração da universidade trazia a sua matrícula e o detalhamento do curso. Ele solicitou o documento um dia antes de embarcar para o Brasil, ainda na Espanha.

Mas, para entrar no país, o estudante estrangeiro precisa ter em mãos o visto temporário, que deve ser concedido em embaixada brasileira.

Se viesse a passeio, não haveria a exigência de visto. Ele poderia ficar em território nacional por três meses.

É o primeiro caso no Rio envolvendo um cidadão espanhol. Ele ocorre a 15 dias da chamada "lei de reciprocidade". A partir de 2 de abril, todo espanhol que desejar entrar em território nacional terá de seguir uma série de exigências, como apresentar renda mínima de R$ 170 por dia e local onde ficará hospedado, por exemplo.

Há cinco dias a brasileira Dionísia da Silva, 77, ficou retida por três dias no Aeroporto de Barajas, em Madri, e depois foi mandada de volta ao Brasil por não cumprir exigências semelhantes.

Em seu Facebook, Soto escreveu que a medida pode ter sido tomada em represália aos inúmeros casos de brasileiros que têm a entrada negada na Espanha.

"Minha solidariedade com todas as pessoas da América do Sul e de outros países que são maltratadas e impedidas de entrar a cada dia no Aeroporto de Barajas. Sou contra essa política xenófoba do governo de meu país", escreveu.

A diretora do curso de comunicação da UFRJ, Ivana Bentes, disse que recebeu um telefonema. "Falei com o agente federal e ainda enviei nova declaração, por fax, comprovando o curso. Mesmo assim não adiantou."

Em seu Facebook, ela escreveu: "Recebemos estrangeiros do mundo inteiro: legais, ilegais, europeus, africanos, norte-americanos!"

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