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Intercâmbio seduz, agora, os estudantes mais velhos

Viajante com mais de 50 anos tem auxílio

TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

Depois de se aposentarem, Mabel de Souza, 87, e Waldomiro Barbosa de Brito, 82, tornaram-se alunos profissionais de idiomas no exterior.

Já passaram temporadas na Itália, França, Espanha, Inglaterra e Austrália, em 30 cursos de curta duração.

O casal é o exemplo de um fenômeno que vem crescendo: o interesse de pessoas mais velhas por intercâmbio.

Apesar de não existirem dados consolidados do setor, a procura em 2011 cresceu 81% na IE Intercâmbio e 40% na STB (Student Travel Bureau). Percebendo o aumento do interesse, a CI (Central de Intercâmbio) criou em 2012 um departamento para auxiliar viajantes acima dos 50.

"É uma tendência que vai aumentar cada vez mais. É um público que não teve a chance de fazer intercâmbio, mas que mandou os filhos. Agora que os filhos cresceram e o dinheiro está sobrando, eles resolvem fazer", afirma Fred Tiba, diretor da Belta, associação que reúne as principais instituições brasileiras que atuam no setor.

Segundo as agências, a procura aumentou porque hoje elas oferecem "pacotes educativos" específicos para a faixa etária. Isso se tornou possível, dizem, depois que houve um aumento na quantidade de escolas estrangeiras com classes específicas para alunos mais velhos.

Os pacotes das agências para a faixa etária costumam atrair porque, além das aulas, incluem programas, à tarde ou aos finais de semana, como workshops de degustação de vinho, lições de culinária ou fotografia e passeios.

Pela maior opção de atividades culturais, países da Europa, como Itália e França, estão entre os preferidos.

CHEGA DE EXCURSÃO

"A gente viajava muito de excursão, mas sentíamos falta de saber a língua para conhecer melhor o país e a cultura", conta Brito. "Decidimos trocar pelas viagens de estudo, que agora servem como desculpa para passear."

O casal costuma aproveitar as férias de verão na Europa (julho e agosto) para as viagens -e se hospeda em residências estudantis dentro das próprias universidades que oferecem os cursos, o que barateia os custos.

A professora Glória Venturi, 66, que fez o primeiro intercâmbio no ano passado para o Canadá, viu outra vantagem neste tipo de viagem: a companhia dos colegas de classe, com idade próxima.

"Eram pessoas que tinham os mesmos interesses que eu, então fazíamos atividades juntos. Não fiquei totalmente sozinha. Se eu fosse numa excursão também teria companhia, mas seriam só casais, famílias", explica.

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