Detran não diz por que Thor mantinha CNH apesar de multas

O Detran do Rio não informou ontem por que Thor Batista, 20, mantinha a carteira de habilitação apesar de ter somado, segundo o "Jornal Nacional", 51 pontos em multas no período de um ano e meio.

O pai de rapaz, o empresário Eike Batista, admitiu a existência das infrações.

O órgão afirmou, em nota, que por "exigência legal" não pode divulgar dados sobre multas recebidas por motoristas do Estado. Desta forma, não pode confirmar a informação divulgada na segunda-feira pelo "Jornal Nacional".

Na noite de sábado, Thor atropelou e matou um ciclista na rodovia Washington Luís, na Baixada Fluminense. Ele prestará depoimento hoje na 61ª DP, em Xerem, em Duque de Caxias. Poderá ser indiciado sob acusação de homicídio culposo (sem intenção).

Conforme o "Jornal Nacional", Thor tirou a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) em dezembro de 2009 e, no período de um ano, recebeu ao menos cinco multas, todas elas por excesso de velocidade, totalizando 21 pontos.

Por lei, o motorista só recebe a habilitação definitiva caso não cometa nenhuma infração no primeiro ano.

A reportagem afirma que Thor foi beneficiado por um atraso no registro de multas, só contabilizadas após ele ter recebido a habilitação definitiva. O Detran não se pronunciou sobre a demora.

Em 2011, Thor recebeu, diz o "JN", mais seis multas, somando 30 pontos. A lei prevê que, ao acumular mais de 20 pontos em um ano, o motorista tem a CNH suspensa.

Em entrevista à colunista Mônica Bergamo, publicada ontem pela Folha, Eike disse que as multas foram decorrente de infrações cometidas em São Paulo, onde os limites de velocidade são mais baixos que os do Rio. Também deu essa explicação no Twitter.

Na entrevista à Folha, Eike disse que o ciclista foi imprudente e que o acidente poderia ter resultado em três mortes -a do filho e do amigo dele que estava no carro.

O empresário reforçou que está prestando todo o apoio à família da vítima.