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Morte terá apuração rápida, diz Austrália

Representante do Estado onde Roberto Curti morreu procura consulado brasileiro para prometer brevidade na investigação

Michael Gallacher diz que crime terá apuração independente; além da polícia, ouvidoria mantém investigação

DE SÃO PAULO

O governo do Estado australiano onde morreu o estudante Roberto Laudisio Curti, 21, procurou ontem o consulado brasileiro em Sydney para assegurar que a investigação do caso ocorrerá de modo independente e o "mais rápido possível" -embora não tenha falado em prazos.

Michael Gallacher, ministro de Polícia de Nova Gales do Sul, foi ao consulado voluntariamente, disse o cônsul-adjunto André Costa. O Estado tem como capital Sydney, onde a morte ocorreu.

Segundo Costa, oO ministro -cargo equivalente no Brasil ao de secretário estadual- deu condolências pela morte de Beto, como era conhecido o estudante.

Disse ainda que, além da apuração da polícia de Nova Gales do Sul, o ouvidor da corporação formou uma comissão independente para saber como Beto morreu, como meio de dar transparência ao processo, diz o cônsul.

SILÊNCIO

O ministro não deu, porém, nenhum detalhe da investigação, silêncio que o cônsul adjunto avalia "não ser nada bom", pois não esclarece o caso e dá margem a rumores.

Beto morreu na madrugada de domingo após a polícia o atingir com disparos de Taser -uma pistola de choque- e de spray de pimenta.

Ele era suspeito de ter furtado um pacote de bolachas de uma loja de conveniência na região central de Sydney.

Uma testemunha disse ao "The Sydney Morning Herald" que o rapaz recebeu três ou quatro disparos de Taser, ação que, segundo o próprio manual da polícia de Nova Gales do Sul, deve ser evitada pelos policiais por impor risco de morte ao alvo.

As imagens do circuito interno da loja de conveniência não foram divulgadas pela polícia. Por ela será possível saber se era Beto o invasor da loja, de fato. "Essas imagens são as mais relevantes para esclarecer tudo", afirmou o cônsul-adjunto, que disse não ter tido acesso a elas.

Ontem, o jornal "Daily Telegraph" publicou reportagem na qual amigos não identificados de Beto diziam que ele passou os últimos dois dias antes do crime em festas de casas noturnas nas quais consumiu drogas; seu comportamento, disseram eles, era "paranoico" e "assustador".

Um amigo que os acompanhava, Aron, negou à Folha que isso tivesse ocorrido. Segundo ele, Beto bebeu apenas "duas ou três cervejas".

A polícia fez exames toxicológicos no corpo do brasileiro para detectar traços de álcool ou drogas. O resultado não foi divulgado.

Colaborou ROSANGELA SILVA, de Sydney

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