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Veterinária é afastada após sacrificar cão

Animal estava com sarna e acabou passando por eutanásia no Centro de Controle de Zoonoses de Araraquara

Caso revela falta de legislação clara sobre o que fazer com animais doentes enviados para os centros de controle

ELIDA OLIVEIRA
JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

A eutanásia de Gabriel -um cão da raça beagle, que estava com sarna- no Centro de Controle de Zoonoses de Araraquara abriu um debate sobre lacunas da legislação.

De um lado, grupos protetores de animais cobram maior empenho do poder público para evitar a eutanásia.

De outro, a veterinária Anabel Jacqueline Martins da Silva, responsável pelo CCZ, diz que agiu de acordo com as determinações do Ministério da Saúde, cujo foco é a atenção à saúde humana.

No entendimento dela, a sarna poderia contaminar outros animais ou funcionários.

"A população não sabe. Acha que fazemos saúde animal, mas nosso foco é saúde pública", disse Anabel, anteontem. No mesmo dia, ela foi afastada da função até que se apure o que aconteceu.

A eutanásia em cães só é indicada em situações extremas, para eliminar a dor caso não haja outros meios, informa o Conselho Regional de Medicina Veterinária.

Segundo o Ministério da Saúde, não há normatização federal sobre eutanásia. Fica a cargo de Estados e municípios legislarem sobre o tema.

No Estado, uma lei de 2008 proíbe eutanásia em casos de doenças curáveis e atribui à prefeitura a formalização de convênios com ONGs para doar os animais saudáveis.

TRATAMENTO

A WSPA Brasil, uma das principais entidade que proteção animal do país, classificou o caso como "absurdo".

Rosângela Pinheiro, gerente de programas veterinários da entidade, diz que mesmo a sarna mais agressiva pode ser tratada.

Opinião diferente tem o veterinário Ricardo Augusto Dias, docente da USP. Para ele, a decisão depende da avaliação do profissional.

"Há casos de sarna em que o animal fica praticamente com o corpo todo tomado, pode ter infecções secundárias. Ele pode estar muita dor."

Apesar das divergências, ambos concordam que não há uma clareza sobre quem deve se responsabilizar pelos cães soltos nas ruas.

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