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Paulista é o clichê dos clichês entre os postais Ícone da metrópole, avenida é a mais retratada pelos cartões paulistanos Postais não vão além do centro expandido, segundo tese sobre o tema; 'se não for óbvio, encalha', diz fotógrafo
DE SÃO PAULO Ela fica lotada por famílias que passeiam quando faz sol, fecha para abrigar manifestações pelas mais variadas causas e recebe o vaivém de cerca de 1,5 milhão de pessoas a cada dia. Não à toa, os quase três quilômetros da avenida Paulista também são os mais retratados nos cartões-postais que levam imagens da maior cidade brasileira. Mas, se o primeiro lugar é clichê, o segundo, o terceiro (e por aí vai) também não fogem dos pontos turísticos óbvios da metrópole. Pelo menos é o que constatou a turismóloga Viviane Veiga Shibaki, 37, em sua tese de doutorado em geografia humana pela USP. Durante a pesquisa para o trabalho, Viviane percebeu que o turista que procurar nos postais um guia para conhecer São Paulo não vai muito além do centro expandido. O Museu Paulista da USP -ou Museu do Ipiranga-, por exemplo,é um dos poucos locais que está fora dessa rota. "A cidade cresceu, mas ainda é o centro que predomina nas imagens. É claro que os pontos turísticos dessa região são importantes, mas não mostra a verdadeira São Paulo", afirma ela. O fotógrafo uruguaio Roberto Stajano faz cartões-postais sobre São Paulo há 17 anos e admite: já tentou registrar outros lugares bonitos da cidade -e menos cultuados-, mas o produto acabou encalhado. "Não adianta ter uma excelente foto de outro museu, porque o que vende é o Masp, que está na Paulista e é o mais visto pelos turistas." O catálogo atual do Studio Stajano tem 40 postais, sete desses sobre a avenida mais famosa de São Paulo. NOVO OLHAR A pedido da reportagem, Viviane listou alguns lugares ou eventos que poderiam figurar entre os cartões-postais da capital. Entre as "novidades que já não são tão novas assim", ela destaca os pontos de grafite na Vila Madalena; a feira de artesanato da praça Benedito Calixto, em Pinheiros; o Memorial do Imigrante; o zoológico de São Paulo; o autódromo de Interlagos; e a corrida de São Silvestre. Segundo ela, também é preciso explorar outros parques da cidades, não apenas o Ibirapuera. "Tem o da Cantareira, o Horto Florestal, o pico do Jaraguá, o parque do Carmo, o Villa-Lobos... São tantos, e ao mesmo tempo parece que só existe um." Para Viviane, a cidade precisa fazer mais propaganda de suas belezas. "O turista ainda tem medo de sair do centro, com medo de se perder ou porque ouve falar da violência. Mas não é bem assim, e o passeio compensa." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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