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Câmeras digitais tornam cartão peça de 'museu'

DE SÃO PAULO

Antes vendidos às dezenas, os cartões-postais estão se tornando peça rara nas bancas de São Paulo.

Os pontos que ainda oferecem a lembrança costumam estar próximos a locais turísticos. É o caso da avenida Paulista, que, além de ser a mais retratada, abriga a maior oferta de postais, justamente por causa da grande concentração de turistas.

Donos de bancas e fabricantes de postais ouvidos pela Folha atribuem a queda nas vendas à popularização da máquina fotográfica.

"Antes os gringos vinham aqui e compravam um 'tanto assim'", diz Messias Rodrigues de Oliveira, 43, fazendo um gesto com as mãos para dizer que era em grande quantidade.

Ele é dono de uma banca na praça da Sé, no coração de São Paulo. O espaço reservado aos 66 diferentes postais -incluindo imagens de outras cidades brasileiras- ocupa um cantinho do lugar, disputando espaço entre revistas e jornais.

"Há alguns anos, eu tinha o triplo disso. Mas hoje não adianta, o turista vem aqui e só compra dois ou três."

Na banca de Derneval Santana, 50, ao lado do Theatro Municipal, a situação é um pouco melhor. "Estou aqui há 20 anos e as vendas não mudaram tanto." Ele afirma vender cerca de 50 postais por semana.

Em média, os cartões-postais custam de R$ 1 (menores) a R$ 2,50 (maiores).

MUDANÇA DE HÁBITO

Para a pesquisadora Viviane Shibaki, um dos possíveis motivos para a diminuição na venda é que os postais estão mudando de papel. "Eles estão deixando de transmitir mensagens para se tornar souvenires. Virou artigo de colecionador."

(AF)

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