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Repercussão

"É um deus", diz Ziraldo

Amigos, colegas e personalidades se despedem de Millôr, descrito como filósofo, gênio, brilhante e "maior de todos os tempos"

Ricardo Moraes - 13.nov.06/Folhapress
Millôr Fernandes em seu estúdio em Ipanema, no Rio, durante entrevista à Folha, em 2006
Millôr Fernandes em seu estúdio em Ipanema, no Rio, durante entrevista à Folha, em 2006

Ziraldo, cartunista e escritor:
"Para nós, Millôr é um deus. O resto é pesquisa. Ele foi o maior filósofo que o Brasil já teve e escolheu como método o humor."

Paulo Caruso, cartunista e escritor:
"Millôr era nosso ídolo, o guru do Méier, como se intitulava. Marcou a história da imprensa pelo inconformismo e pela liberdade que ele tinha de pensar e de agir. Não se conformou e tinha a postura de artista. As pessoas todas vivem sem se dar conta, e o artista é o cara que não se conforma com isso."

Luis Fernando Verissimo, escritor:
"Foi um grande intelectual, livre pensador. Ele soube pensar o Brasil, tinha posições sempre claras e corajosas. Pelo fato de ser rotulado como humorista, talvez muita gente não tenha prestado atenção a esse outro lado."

Mauricio de Sousa, cartunista:
"Me alimentava com as tiradas geniais. Nos últimos anos, acompanhei como pude aquela visão de mundo que ele nos passava. E aqui e ali, com críticas superinteligentes, deixa um legado para a eternidade."

Ana de Hollanda, ministra da Cultura:
"Além de filósofo do cotidiano, foi excelente cronista, dramaturgo, tradutor, jornalista e desenhista. Seu pensamento crítico contribuiu para todas as áreas da cultura brasileira."

Zuenir Ventura, escritor:
"Era um criador incrível de palavras, de pensamentos. Fazia rir pensando. O humor era filosófico, de pensamento, de ideias, mas muito acessível. Não era hermético. Uma figura inquieta e cética. Mas seu ceticismo não era amargo, ressentido. Uma coisa curiosa: Millôr falava muito dele. Quem mais se elogiava era ele."

Bárbara Heliodora, tradutora e crítica de teatro:
"Ele fez contribuições muito importantes para o teatro, como a cenografia de 'As Guerras do Alecrim e da Manjona'. Eram vários cenários, tudo parecendo desenhos a nanquim. Perguntei a ele por que não fazia outra cenografia. 'Fui muito elogiado, então achei melhor não fazer mais nada para ninguém dizer que ficou pior', respondeu."

Dilma Rousseff, presidente do Brasil:
"Foi um gênio brasileiro, um ícone do humorismo. Brilhante jornalista, com a mesma maestria tornou-se escritor, cartunista e dramaturgo. Com sua morte, o Brasil e toda a nossa geração perdem uma referência intelectual."

Ivan Pinheiro Machado, editor da L&PM:
"O mágico das palavras e do traço. Millôr falava muito e dizia coisas brilhantes. E se calava para ouvir seu interlocutor. Era delicado, gentil e amigo. Muitos de seus bilhetes acabavam com a saudação, 'fra-paternalmente, o Millôr'."

Claudius Ceccon, cartunista:
"Tudo o que se poder dizer sobre Millôr é pouco. Nos deixa um exemplo de seriedade, de profissionalismo e de olhar crítico. Tinha honestidade intelectual."

Jorge Takla, diretor de teatro:
"Não tem ninguém para ocupar o lugar dele, porque ele ocupa o lugar de muitas pessoas. De grandes artistas plásticos, grandes escritores, grandes dramaturgos. Não existe ninguém no Brasil que seja tantas pessoas, tantos gênios ao mesmo tempo."

Eduardo Tolentino, diretor de teatro:
"Um prosador sensacional. Um tradutor bastante interessante. O Brasil não perde nada. O legado dele está aí. Não perdemos nada, só ganhamos."

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