Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ilustrada - em cima da hora

Amigos se despedem de Millôr no Rio

Filho do jornalista, Ivan Fernandes ficou emocionado ao ver personalidades de diversas áreas na cerimônia

Wanda Rubino, mulher do jornalista desde 1948, não acompanhou o velório por estar com a saúde abalada

DIANA BRITO
DO RIO

"Todos os pensadores internacionais batidos no liquidificador não dariam meio copo do Millôr", disse o colunista da Folha Ruy Castro, ontem, no velório do amigo Millôr Fernandes, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, no Rio.

Escritor, jornalista e desenhista, Millôr morreu na terça, aos 88 anos, de falência múltipla dos órgãos e parada cardíaca. Seu corpo foi cremado ontem, às 15h, em cerimônia fechada.

Filho de Millôr, Ivan Fernandes, 58, disse ter ficado emocionado ao ver personalidades de diversas áreas para homenagear seu pai.

"São mais de seis décadas de trabalho. Você se depara com todas essas seis décadas, em menos de 24 horas. É uma dose pesada para digerir." Das lições de vida que guarda de seu pai, a mais marcante é "nunca usar o humor para humilhar ninguém".

A atriz Marília Pêra foi ao cemitério se despedir do amigo. "Ele era um homem livre. Não tinha time de futebol, não era ligado a nenhuma religião e nem partido político."

A jornalista Cora Rónai, com quem Millôr mantinha um relacionamento havia 32 anos, ficou ao lado do caixão. "Millôr era muito mulherengo. Mas era impossível conhecê-lo e não se apaixonar. Quando você encontra alguém incomum, sua vida também fica incomum."

Casado com Wanda Rubino desde 1948, Millôr deixa dois filhos, Ivan e Paula. Com a saúde abalada, Wanda não foi ao velório. Irmão de Millôr, o jornalista Hélio Fernandes relembrou características marcantes do companheiro.

"Falo como amigo mais antigo do Millôr. Quando ele nasceu, eu tinha dois anos. Ele já nasceu extraordinário. Foi um gênio completo, como Chico Anysio", disse.

O cartunista Chico Caruso lembrou de outra característica Millôr: "Ele não admitia ninguém mais inteligente que ele. Nem o computador".

Para o cineasta Walter Salles, "perder o Millôr é como perder Pelé, Garrincha e Wilson das Neves de uma vez só".

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.