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'Crime foi vingança', diz filho de vítima

Segundo ele, ex-sócio de empresário não aceitava encerramento do negócio

'Vi meu pai pela última vez no Ano-Novo', conta outro do quatro filhos do homem assassinado em casa em Barueri

DE SÃO PAULO

O empresário Nemias Domingos da Silva tinha quatro filhos, nenhum deles com sua atual mulher, Dafne Silellini. O casal foi assassinado anteontem em casa, que acabou incendiada pelos bandidos.

Por volta das 15h de ontem, Antonio, 38, e Sérgio, 30, chegavam à casa. Luiz, 42, e Gregório, 32, os dois outros filhos do empresário, recolhiam os poucos pertences do casal que restaram do incêndio provocado pelos bandidos.

Com uma mangueira, Gregório molhava as páginas de uma revista que resistira ao fogo. "Meu pai adorava música, sempre ensaiava peças do Chopin. Tinha até um quadro dele", disse Gregório.

Luiz, que havia visitado o pai na tarde de anteontem, apontava para dois botijões de gás vazios tirados da casa e colocados na garagem.

"Ele [Samuel de Moraes Soares, ex-sócio da vítima] queria se vingar", afirmou Luiz, citando o fato de o pai ter encerrado a sociedade com o suspeito e dito que iria pegar de volta todos os investimentos feitos na confecção.

Samuel é apontado pelos policiais que investigam o caso como o mentor do roubo. Ele teria contratado um grupo de cinco pessoas para realizar o crime. Todos os suspeitos estão presos.

DISTANTE

Sérgio não falava com o pai havia dois anos. Segundo ele, Nemias e sua mãe se separaram logo que nasceu, o que o teria afastado do convívio com o pai. "Eu casei e ele nem ficou sabendo. Acabei ficando mais próximo da minha mãe. Nem o chamava de pai, na verdade", afirmou.

Apesar da distância, Sérgio lembrava com carinho do pai:

"Ele era um cara engraçado, fazia piada pra caramba. Acabou se metendo em negócios com a pessoa errada."

Segundo Antonio, Nemias era uma pessoa tranquila, que trabalhava e tentava aproveitar a vida ao máximo.

"Vi meu pai pela última vez no Ano-Novo. Ele e a mulher estavam planejando uma viagem. A maldade do ser humano não tem limite", disse.

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