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Presidente do Metrô de SP pede demissão

Insatisfeito com ritmo de obras e pressionado pela Justiça, Sérgio Avelleda agora vai trabalhar na iniciativa privada

Segundo secretário de Transportes Metropolitanos, Avelleda 'recebeu uma proposta irrecusável'

CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Insatisfeito com o ritmo das obras de algumas linhas e com os problemas com a Justiça que a empresa enfrenta, Sérgio Avelleda deixou ontem o cargo de presidente do Metrô.

Segundo seus interlocutores, Avelleda -que se queixava de ser responsabilizado pela herança recebida de José Luiz Portella, ex-secretário de Transportes Metropolitanos- ficou contrariado ao saber que o Tribunal de Justiça se reuniria para decidir sobre sua permanência no cargo.

O dirigente, que teria dito que não estava mais disposto a passar por esse desgaste, aproveitou convite da iniciativa privada para justificar sua saída. Em seu lugar assume José Kalil Neto, atual diretor de Finanças do Metrô, na companhia desde 1977.

Avelleda, que está há dez ano no governo, estava há 15 meses na direção do Metrô -na gestão Portella, foi diretor de Assuntos Corporativos do Metrô e presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos, disse que não tinha mais como segurar o dirigente. "Desde 2011 ele havia me dito que gostaria de sair. Agora, acabou recebendo uma proposta irrecusável. Quando um 'filho' tem uma boa oferta não podemos impedi-lo de seguir em frente."

A partir de agora, Avelleda será presidente da EDLP (Estação da Luz Participações) que tem entre seus focos principais o transporte de carga por via ferroviária no Estado.

DESGASTE

Segundo tucanos, Avelleda tinha anunciado a disposição de entregar o cargo após ter levado uma bronca do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao lado do presidente da CPTM, Mário Bandeira.

No dia 14 de março, após algumas panes no sistema de trens metropolitanos, Alckmin chamou os dois dirigentes para uma reunião.

Em 2011, Avelleda chegou a ser afastado do cargo por 12 dias após ação proposta pelo Ministério Público. O caso ainda está em andamento.

Ele é acusado de omissão na apuração de irregularidades na licitação para o prolongamento da linha 5-lilás do metrô e de manter os contratos decorrentes da licitação.

A investigação foi aberta após a Folha revelar, em outubro de 2010, que os vencedores da licitação eram conhecidos havia seis meses.

Os contratos envolvem R$ 4,4 bilhões e 14 construtoras, entre elas algumas das maiores do país, como Odebrecht, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa.

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