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Santuza Cambraia Naves (1953-2012)

A antropóloga da música popular brasileira

DE SÃO PAULO

Santuza Cambraia Naves, professora de antropologia do departamento de sociologia e política da PUC-Rio e pesquisadora de música popular, morreu anteontem, aos 59 anos. Casada com o poeta e tradutor Paulo Henriques Britto, ela deixa dois filhos do primeiro casamento.

Na segunda-feira à noite, Santuza sofreu um acidente vascular cerebral na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro, durante o lançamento de "Formas do Nada" (Companhia das Letras), de Henriques Britto, livro que tem dedicatória a ela. O velório ocorreu ontem no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Santuza escreveu, além de ensaios acadêmicos, os livros "Violão Azul: Modernismo e Música Popular" (editora FGV), "Da Bossa Nova à Tropicália" (Zahar), "A MPB em Discussão - Entrevistas" (ed. UFMG), "Velô" (Língua Cantada) e, mais recentemente, "Canção Popular no Brasil" (Civilização Brasileira).

Neste último, desenvolveu o conceito de "canção crítica" para denotar a transformação do artista musical em intelectual atuante, sobretudo a partir dos anos 1950.

O rompimento da hierarquia entre o erudito e o popular, a ascensão da bossa nova como divisora de águas e a formação e continuidade da contracultura nacional foram seus principais temas.

"Santuza acompanhou a música popular brasileira nas suas várias frentes, de maneira viva, generosa, atenta, inteligente. Abriu frentes de pesquisa, reuniu pessoas, soube extrair dos artistas os seus melhores depoimentos. Devemos ter isso bem claro e presente", disse ontem o compositor e professor de literatura brasileira da USP, José Miguel Wisnik.

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