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Estado registra o primeiro caso de raiva em cão no ano

Municípios como São Paulo ainda não definiram campanha de vacinação

Caso foi em Ribeirão Preto, em março; 61 das 81 cidades prioritárias não divulgaram data para imunização

ELIDA OLIVEIRA
ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

Após dois anos sem vacinação contra a raiva -e com baixa adesão na atual campanha-, o Estado de São Paulo teve o primeiro registro da doença no ano. O caso ocorreu em Ribeirão Preto em março e foi confirmado anteontem pela cidade.

O registro é grave porque indica que o vírus da doença está circulando e pode chegar aos humanos. No ano passado inteiro, São Paulo teve só um registro de raiva em gato, na capital -não se registrou a doença em cães. Em 2010, foram dois registros da doença em todo o Estado.

Das 81 cidades paulistas que deverão fazer a campanha neste semestre, 61 não haviam informado ao governo até anteontem sobre as datas para a imunização. Dentre elas São Paulo, Guarulhos, Santo André, Campinas e Sorocaba. O prazo terminou ontem. As cidades prioritárias são consideradas mais suscetíveis à doença.

"A população está sob risco", disse o epidemiologista e professor da USP em São Paulo Ricardo Dias, referindo-se à indefinição das campanhas nessas cidades.

A imunização contra a raiva está suspensa desde setembro de 2010 após reações à vacina levarem à morte alguns animais no país.

Desde então, só a rede privada fez a imunização. Com a baixa cobertura, a população de cães e gatos ficou mais exposta aos riscos.

As 14 pessoas que conviveram com o cão em Ribeirão foram encaminhadas para tratamento. A cidade não tinha casos de raiva há 11 anos.

TRANSMISSÃO

A raiva é transmitida por morcegos caçados por cães e gatos, afirma Neide Takaoka, do Instituto Pasteur.

A doença pode chegar aos humanos por meio de lambidas, mordidas ou arranhões de animais infectados.

A raiva transmitida de cão para cão ou de gato para gato, que se espalha mais rapidamente, não ocorre desde 1998, segundo o Pasteur. Essa variante é a mais perigosa porque a taxa de transmissão é maior -cães e gatos convivem mais entre si, por exemplo, do que caçam.

Em Ribeirão Preto, a doença foi transmitida por um morcego, disse a diretora do departamento de Vigilância em Saúde da cidade, Maria Luiza Santa Maria.

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