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Edmond Jacques Pierre Dansot (1924-2012) Francês que trocou a vida religiosa pela fotografia ESTÊVÃO BERTONIDE SÃO PAULO O francês Edmond Dansot, na época em que era irmão marista, ficou muito amigo de um judeu alemão que perdera a família na guerra. O judeu ensinou-lhe a fotografar. A paixão que adquiriu pelas câmeras fotográficas o fez abandonar a congregação para recomeçar um nova vida. Nascido num vilarejo nos Pirineus, Edmond veio aos 14 anos a Recife, como noviço, mas logo se mudou para Belém, onde viveu por 20 anos. Sua formação lhe permitia ensinar matemática, física, francês e desenho. Ao deixar tudo pela fotografia, retornou à capital pernambucana. Esporadicamente, ia fazer cursos de especialização na França. Numa dessas idas a Paris, conheceu numa festa brasileira que comemorava o aniversário da inauguração de Brasília a mulher, Gisela, que trabalhava no escritório da Petrobras na França. Trouxe-a para viver no Brasil. Em Recife, fez reportagens fotográficas e campanhas publicitárias estatais e privadas. Edmond fotografou Recife, onde se tornou referência, até cerca de dez anos atrás. Formou um acervo com mais de 150 mil negativos e publicou livros. Como conta a família, ele acreditava na foto como expressão artística e estava sempre em busca do belo, mesmo quando registrava cenas de pobreza. Tinha a disposição para percorrer a distância que fosse necessária carregado de equipamentos por uma única foto, lembra a filha Patrícia. "Estava sempre pronto para uma nova aventura." Não chegou a entrar na era digital. Morreu na sexta-feira (30), aos 87 anos, de insuficiência renal e pulmonar. Teve duas filhas e uma neta. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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