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USP investiga trote humilhante em curso de direito em Ribeirão

Alunos publicaram nota de repúdio contra recepção a calouros

GABRIELA YAMADA
DE RIBEIRÃO PRETO

A diretoria da Faculdade de Direito da USP de Ribeirão Preto (313 km da capital) vai investigar trotes humilhantes e brincadeiras com conotação sexual cometidos por veteranos contra calouros em recepção feita para novos estudantes da universidade.

O assunto gerou polêmica ontem no campus. Dez estudantes do curso publicaram uma nota de repúdio, que ganhou repercussão após a assinatura de apoio de dez professores, 21 entidades e 65 alunos de todo o país.

O evento chamado "Festa da Coroação" aconteceu no dia 28 de fevereiro na república de estudantes Mansão Foster, fora do campus.

Na nota, os alunos relataram que os calouros tiveram de fazer um juramento com conotação sexual. As mulheres teriam de prometer fazer sexo apenas com os veteranos durante o primeiro ano do curso, permanecendo "belas e exclusivas" a eles.

Já os homens teriam de prometer abdicar de seus pênis no mesmo período.

Segundo uma das veteranas, que assina a nota, mas não quis se identificar, na festa ocorreu um ritual chamado "Bixete Pega o Disquete".

Nele, as meninas têm que desfilar e rebolar. "Eu disse que elas [as calouras] não eram obrigadas a participar, mas [os veteranos] não deixaram elas saírem de lá."

Segundo o diretor da faculdade, Ignácio Maria Poveda Velasco, não houve denúncia formal. "Quando soubemos o que ocorreu, informalmente, foi aberta uma discussão interna entre as entidades estudantis e os alunos."

Em caso extremo, os alunos poderão ser advertidos ou até expulsos.

O presidente do Caaja (Centro Acadêmico Antônio Junqueira de Azevedo), Danilo Sérgio Souza, afirmou que nenhum estudante é obrigado a participar da festa. "São fatos isolados", disse.

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