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Secretário suspende compras de antenas e softwares da PM

Ferreira Pinto afirma que tomou decisão após saber de suspeitas de irregularidades

Ele chegou a dizer que estava 'analisando' a utilização de tablets por policiais, mas depois voltou atrás

ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto, determinou a suspensão de todas as compras da Polícia Militar na área de Tecnologia de Informação feitas desde dezembro de 2011.

Na lista de compras atingidas estão duas das maiores licitações da PM. Elas envolvem quase R$ 300 milhões: as compras de antenas repetidoras de rádio e de 36 softwares para a inteligência.

A determinação não atinge a compra dos 11.750 tablets por R$ 25 milhões -ela foi feita em 2010. A Folha revelou ontem que os aparelhos não funcionam direito e que chegaram a ser usados sem autorização da Agência Nacional de Telecomunicações.

Ontem, o secretário chegou a dizer que, por causa das falhas, o uso dos tablets pelos policiais estava sendo alvo de "análise", mas depois mudou de versão (leia texto ao lado).

SIGILO

Segundo Ferreira Pinto, a decisão de suspender novas compras ocorreu entre "30 dias e 40 dias" atrás.

A medida vinha sendo mantida em sigilo pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB).

O secretário disse que tomou a decisão após "uma série de comentários" e o recebimento de um relatório enviado pelo deputado Major Olímpio Gomes (PDT). "Foi uma medida preventiva."

O relatório diz haver direcionamento para compra das antenas e dos tablets.

"Diante de informações tão complexas, determinei que não se gastasse mais nada em tecnologia de informação até a assunção do novo comando. Vamos ver caso a caso. Se tiver irregularidade, será apurada", disse Ferreira Pinto.

TROCA DE COMANDO

A suspensão das compras determinada pelo secretário atinge as últimas ações do coronel Álvaro Camilo no posto de comandante da PM.

Sua saída repentina, na semana passada, causou surpresa porque ele mesmo dizia que ficaria no cargo até 21 de maio, quando iria para a reserva.

Ontem, Camilo disse que a antecipação de sua saída não se insere nesse contexto. Afirmou ter sido decisão pessoal.

Para o lugar de Camilo, o governo escolheu o coronel Roberval França, que é especialista em tecnologia.

Ferreira Pinto nega haver suspeitas contra o coronel Camilo. Mas diz que pesou na sua decisão o fato de ele estar no fim de sua gestão, "no apagar das luzes", e estar fazendo aquisições para o sucessor.

A PM não se manifestou oficialmente ontem sobre as declarações do secretário.

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