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Fora do tribunal, religiosos pressionam e rezam contra liberação

DE BRASÍLIA

Enquanto cinco ministros defendiam a possibilidade de aborto no caso de fetos anencéfalos, a pressão ao redor do STF (Supremo Tribunal Federal) era contra a liberação.

Cerca de 60 pessoas passaram o dia rezando em frente ao tribunal, empunhando cartazes com imagens religiosas e de fetos abortados.

Joana e Marcelo Croxato levaram a filha, Vitória de Cristo, 2, ao julgamento. A menina, com diagnóstico de anencefalia segundo os pais, virou bandeira do grupo pró-vida.

"Ela não é um vegetal, tem sentimentos, tenta engatinhar, demonstra prazer com o carinho", disse Joana.

A pressão chegou ao Senado. Um grupo de católicos se reuniu com José Sarney para questionar a suposta quebra de decoro do ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação.

Para o grupo, ele agiu incorretamente ao antecipar seu voto em entrevistas em 2008. Chegaram a pedir a cassação do ministro, o que caberia ao Senado analisar.

O grupo foi encabeçado por dom Luiz Bergonzini, bispo emérito de Guarulhos.

"Não tenho culpa se não mudei de opinião até aqui. Espero não ser excomungado", disse o ministro.

Associações médicas e representantes feministas também foram ao tribunal.

Cristião Rosas, da Febrasgo (que reúne associações de ginecologia e obstetrícia) disse que anencefalia é incompatível com a vida extrauterina e questionou o diagnóstico de Vitória de Cristo, rejeitando a possibilidade de uma criança com anencefalia viver dois anos.

(JN e FS)

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