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Corregedoria identifica PMs do caso 'estrebucha'

Cabo e soldado vão ser interrogados hoje

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

"Estrebucha! Filho da puta", "filho da puta, você não morreu ainda? Olha pra cá! Maldito. Não morreu ainda?"

Os policiais Sérgio Benedito e Cristiano Cardoso de Albuquerque, do 38º Batalhão da PM, zona leste de São Paulo, são os responsáveis pelo vídeo em que essas frases são ditas a dois suspeitos baleados que agonizavam no chão.

O episódio ocorreu em 2008. As imagens foram reveladas pela Folha em agosto de 2011; a partir dali, a Segurança Pública e as polícias Civil e Militar passaram a investigar o caso.

A conclusão de que o cabo Benedito, hoje na 1ª companhia do 38º Batalhão, e o soldado Albuquerque, da 5ª companhia, são os responsáveis pelo caso "estrebucha" é da Corregedoria da PM.

Quem agonizava no chão eram o borracheiro Diego Arruda Ramos, hoje com 20 anos, e seu tio, Tiago Silva de Oliveira, suspeitos de roubar cheques, celulares e R$ 525.

Eles foram atingidos por tiros disparados pelo guarda-civil André Pereira Alves, que reagiu ao roubo atribuído à dupla. Ferido por um tiro na cabeça, Oliveira morreu depois de três dias internado.

Ramos, à época com 16 anos, tomou seis tiros, ficou um mês internado e sobreviveu. No vídeo, ele aparece com uma blusa amarela.

Após a divulgação do vídeo, Ramos disse em entrevista à Folha que as humilhações por parte dos PMs duraram cerca de 40 minutos.

O comandante-geral da PM à época da divulgação do vídeo, coronel Álvaro Batista Camilo, pediu desculpas públicas aos familiares de Oliveira por causa do episódio.

Um dia após o vídeo ser revelado pela Folha, Camilo mandou prender dez policiais militares (inclusive Benedito e Albuquerque) que participaram de alguma forma desta ocorrência policial.

Hoje, a partir das 9h30, na sede do Comando de Policiamento da Capital, Benedito e Albuquerque serão interrogados por um Conselho de Disciplina (processo administrativo da PM) para decidir se eles serão expulsos, demitidos ou permanecerão na corporação.

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