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PM paulista troca coronel responsável por implantar tablet

Policial comandava setor que teve várias compras da área de tecnologia suspensas pela Secretaria da Segurança

Corporação nega que mudança esteja relacionada a suspeitas que recaem sobre licitações realizadas

REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O comando da Polícia Militar de São Paulo tirou do cargo ontem o oficial responsável pelo pacote tecnológico que inclui tablets que funcionam mal e outras compras milionárias barradas por suspeitas de irregularidades.

O coronel Alfredo Deak Júnior, que ocupava a diretoria de tecnologia, foi mandado para chefiar a região de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Na prática, ele deixou um cargo de alto escalão para assumir função geralmente destinada a novos coronéis.

Deak estava à frente da implantação dos 11.750 tablets comprados pelo governo por mais de R$ 25 milhões.

Conforme a Folha revelou nesta semana, os aparelhos apresentam problemas de funcionamento, fato confirmado pelos policiais que atuam nas ruas. O governo diz que eles são "pontuais".

A Folha revelou ainda que o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, mandou suspender todas as compras feitas pela PM na área de tecnologia feitas após dezembro de 2011 -os tabletes não entraram na lista pois sua aquisição se deu em 2010.

Duas das licitações atingidas -para antenas e softwares- preveem gastos de quase R$ 300 milhões.

O anúncio da transferência foi feito em meio à movimentação de outros 21 oficiais de várias áreas da corporação ocorridas após a saída do comandante-geral da PM, Álvaro Camilo. Ele foi substituído por Roberval França, que assumiu na semana passada.

O comando da PM disse que a transferência de Deak, assim como as outras, faz parte de movimentações "normais que decorrem do processo de promoção e composição da equipe do novo comando".

O secretário Ferreira Pinto tomou a decisão de suspender as compras após receber um relatório do deputado Major Olímpio Gomes (PDT).

O relatório afirma que houve direcionamento em licitações após intervenção da diretoria de tecnologia.

SEM CONEXÃO

"Não acho que haja conexão entre minha saída e as denúncias. Isso faz parte de um processo de troca de comando, de escolha de pessoas que estão no nível que aquele comando precisa", disse Deak.

O oficial nega ter havido qualquer irregularidade e disse que as reportagens da Folha são "absurdas". "No final, a verdade aparece e os responsáveis por denúncias caluniosas acabam tendo que fazer suas respostas depois."

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