Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Centro antigo vira palco de intervenções modernas

Arte contemporânea toma conta de beco ao lado do Solar da Marquesa

Artista pendura árvores a uma altura de 1,30 metro; conceito segue modelo que acontece em Nova York e Chicago

Carlos Moreira/Folhapress
Foto que estará em exposição na Casa da Imagem mostra escadaria da praça Ramos de Azevedo, no início dos anos 1970
Foto que estará em exposição na Casa da Imagem mostra escadaria da praça Ramos de Azevedo, no início dos anos 1970

MARIANA DESIDÉRIO
DE SÃO PAULO

Com piso em mosaico português e vestígios de calçamentos do século 18, o Beco do Pinto, antiga passagem ao lado do Solar da Marquesa, no centro de São Paulo, reúne o velho e o novo.

Desde novembro de 2011, aquele pedacinho do período imperial deixou de ser só uma passagem para receber obras de arte contemporânea.

A instalação da vez é "Meu chapéu ta no alto do céu", de Ana Paula Oliveira, com abertura no próximo sábado. A artista vai erguer jabuticabeiras a uma altura de 1,30 metro.

Suspensas, as árvores chamam a atenção para o esvaziamento de áreas verdes no centro de São Paulo e fazem referência a locais como o parque Dom Pedro, ali próximo, que até a década de 1950 era densamente arborizado, afirma Henrique Silveira, diretor da Casa da Imagem, que administra o Beco.

As obras recebidas no Beco do Pinto têm como pressuposto o diálogo com o espaço. "O legal é o desafio de ocupar o lugar de um jeito que as pessoas passem a olhá-lo de outra forma. Ele deixa de ser só uma passagem", diz Ana Paula.

A instalação conversa com um tipo de obra surgido na década de 1960 chamado de "site-specific". Elas estão presentes em cidades como Chicago e Nova York. Em São Paulo, "Nuvem", de Eduardo Coimbra, na praça Charles Miller, e "Clara, Clara", de Laura Vinci, na rua Miguel Couto, são alguns exemplos.

Além de lembrar o verde da cidade com a intervenção poética no Beco, a Casa da Imagem também fala da história da São Paulo por meio da fotografia.

São duas exposições com fotos desde 1925 até a atualidade, que abrem também no dia 21. Os trabalhos são dos fotógrafos Aristodemo Becherini e Carlos Moreira.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.