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Corpo é retirado 18 h após PM ser acionada Policial que atendeu ligação que alertava para presença de carro suspeito na rua chegou a mandar moradora dormir Depois, guincho tirou veículo do local e deixou mulher morta no chão; comando afirma que vai investigar atendimento
DE SÃO PAULO A Polícia Militar foi chamada porque uma moradora desconfiou de um carro parado na rua. Ignorou. Foi chamada de novo porque havia gente dentro do carro. O atendente do 190, então, mandou a denunciante ir dormir. De manhã, a moradora foi até o carro e viu uma pessoa morta dentro dele. Após a terceira ligação, a PM apareceu. A lentidão de reação do poder público no caso, ocorrido entre a noite de anteontem e a tarde de ontem em Pirituba, bairro da zona norte de São Paulo, não parou por aí. A perícia demorou cinco horas para chegar à cena do crime. Acabado o serviço, policiais retiraram o corpo, o colocaram na calçada e um guincho levou o carro embora. O corpo ficou ali, pois o órgão responsável por removê-lo, o IML (Instituto Médico Legal), estava atrasado -um veículo da PM mantinha os curiosos afastados. Da primeira ligação à polícia à retirada do corpo passaram-se mais de 18 horas. Em nota, o comando da PM afirmou que vai investigar se houve falhas no atendimento da ocorrência policial. A primeira ligação ocorreu às 21h de anteontem. O corpo da autônoma Maria Renata Ferreira Gomes, 32, que levou um tiro na cabeça, só foi retirado às 15h45 de ontem. A investigação aponta que o crime ocorreu por volta das 22h, quando um homem foi visto saindo agachado de dentro do Toyota Corolla onde estava a vítima e entrando num Cross Fox pela porta traseira -ou seja, depois da primeira ligação da moradora. O local do assassinato, de acordo com a polícia, foi estrategicamente escolhido. A rua residencial é um dos pontos de desova de carros do bairro, tem pouco movimento e não tem nenhuma câmera de segurança. PISTAS Um detalhe que intrigou os policiais foi que dois carros vistos pelas testemunhas estavam registrados no nome da vítima. O Cross Fox, que saiu logo após o assassinato, não foi encontrado ontem. A suspeita é de que pelo menos duas pessoas tenham participado do homicídio. Maria Renata foi morta com um tiro de pistola na cabeça a uma distância de mais ou menos um metro. Como nenhum morador do bairro ouviu o tiro, a polícia suspeita de que um silenciador tenha sido usado na pistola. Outros pontos chamaram a atenção da polícia: a vítima era investigada desde o ano de 2007 por dois estelionatos; em 2008, ela denunciou um namorado por agressão. Maria Renata vivia com o filho de dez anos no centro de São Paulo. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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