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Rebelião de presos em Sergipe termina após 26 horas

No motim iniciado no domingo, detentos protestavam contra supostas agressões; 128 pessoas ficaram reféns

JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO

Após o fim da rebelião que durou 26 horas, o governo de Sergipe afirmou que vai apurar as denúncias de maus-tratos contra detentos no presídio Santa Maria, em Aracaju.

Anteontem, os 466 presos do complexo de segurança máxima se amotinaram e fizeram reféns 125 visitantes e três agentes penitenciários.

Eles protestavam contra supostas agressões cometidas por agentes e pressionavam por mudanças na gestão do complexo, que é administrado por uma empresa e pelo Estado.

A rebelião só acabou no fim da tarde de ontem, quando o governo atendeu parte das reivindicações. Dois agentes disciplinares ficaram feridos. A Secretaria de Estado da Justiça responsabilizou uma facção local do PCC pelo motim.

Foi a primeira rebelião registrada no complexo, inaugurado em 2009 e considerado modelo pelo governo. Até hoje, nenhuma fuga ou morte foi registrada no local.

Para pressionar os amotinados, a polícia chegou a cortar a água. A decisão revoltou os presos. Em retaliação, eles enrolaram um agente em um colchão e o espancaram no teto de um dos pavilhões. As agressões foram registradas pela imprensa.

MAUS-TRATOS

Apesar de concordar em apurar as denúncias, o governo disse que órgãos como o Ministério Público nunca registraram violações de direitos humanos no complexo.

Já a Pastoral Carcerária de Sergipe afirma que denúncias contra maus-tratos e a rigidez excessiva são frequentes no presídio. "Era uma questão de tempo para que uma revolta acontecesse", disse a coordenadora pastoral Maria Rita Bezerra Lopes.

Segundo ela, muitos presos sofrem agressões e não conseguem registrar as queixas por causa do isolamento.

À noite, cinco detentos foram transferidos para outros presídios. Segundo o governo, uma vistoria mostrou que o complexo ficou danificado.

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