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Para CET, pedestre tem vergonha de erguer braço

'Pessoas ainda acham que não têm o direito de atravessar', afirma gerente

Segundo balanço anual mais recente, 630 pessoas morreram atropeladas em 2010 nas ruas de São Paulo

Ze Carlos Barretta/Folhapress
Pedestre fala ao celular no cruzamento da av. Paulista com a rua Frei Caneca
Pedestre fala ao celular no cruzamento da av. Paulista com a rua Frei Caneca

DE SÃO PAULO

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirma que o programa de proteção ao pedestre estará, agora, mais voltado para a orientação do pedestre.

"A gente [da CET] tem conversado com as pessoas e elas têm dito que têm vergonha de esticar o braço [para sinalizar a travessia]", afirma a superintendente de educação do órgão, Nancy Schneider.

"É um problema cultural. O pedestre até hoje acha que ele não tem direito de atravessar. É importante falar para os pedestres que, hoje, os motoristas sabem que a preferência é deles", diz.

Quando o "gesto do pedestre" foi adotado pela CET no ano passado, os técnicos disseram estar se baseando na experiência de Brasília -cidade considerada referência no respeito ao pedestre.

Para a CET, uma hipótese para a "distração" de quem está a pé revelada pela pesquisa é que ele esteja resignado após vários anos de desrespeito.

As multas para o condutor que não respeita quem está a pé estão no Código de Trânsito Brasileiro desde 2008, mas os órgãos de fiscalização faziam vistas grossas.

Em São Paulo, a punição ao motorista só começou em agosto do ano passado. Até 30 de março foram feitas quase 160 mil autuações.

Questionada se, ao cobrar dos pedestres mais "pró-atividade", a campanha não poderia colocá-los em risco, Nancy respondeu: "Não é para sair [da calçada] sem ter certeza de que o motorista parou".

Segundo os últimos dados disponíveis, 630 pedestres morreram na capital em 2010, de 7.007 atropelados.

Um balanço divulgado no início deste mês mostrou que, de maio de 2011 -quando a campanha foi lançada- a janeiro deste ano, as mortes no centro da cidade caíram 37% na comparação com o mesmo período anterior.

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