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Ação quer o fim de 'antena pirata' de celular

Prefeitura de São Paulo vai à Justiça contra operadoras de telefonia que descumprem normas de instalação na cidade

Das 2.677 antenas de celular de São Paulo, 75% são irregulares; falta de fiscalização coloca saúde em risco

Gabo Morales/Folhapress
Prédio repleto de antenas na Saúde, zona sul de São Paulo
Prédio repleto de antenas na Saúde, zona sul de São Paulo

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
FILIPE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de sete anos tentando regularizar a instalação de antenas de celulares na cidade, a Prefeitura de São Paulo resolveu acionar judicialmente as operadoras do serviço.

A capital, segundo a prefeitura, tem pelo menos 2.677 antenas instaladas pelas operadoras Vivo, Oi e Claro.

Destas, 75% (ou mais de 2.000) são irregulares.

A TIM também será acionada, mas o poder público não divulgou a quantidade de equipamentos irregulares da empresa na cidade.

Os motivos que tornam uma antena de celular irregular vão desde o desrespeito às restrições de local -como nas zonas essencialmente residenciais- até o descumprimento da distância mínima de cem metros de hospitais.

Nesse caso, é preciso ficar comprovado que não há interferência nos equipamentos de saúde.

O desrespeito ao uso e à ocupação do solo é apenas parte do problema, segundo a prefeitura. A proliferação desenfreada das antenas, além de deixar a cidade mais feia, também pode gerar riscos à saúde da população.

"Não dá para dizer com segurança que as radiações emitidas pelas antenas são seguras", afirma o médico Nelson Gouveia, pesquisador da USP e especialista no estudo dos impactos da radiação sobre a saúde humana.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estabelece limites mínimos de proximidade com uma antena.

Isto está contemplado na legislação municipal, que é de 2004. Segundo a lei, a regra dos cem metros também vale para escolas e asilos. A mesma distância deve ser respeitada entra uma antena e outra.

"Porém, a gente não sabe se os limites estão sendo respeitados. A maior parte das antenas é irregular e, portanto, não são passíveis de vistoria. O grande problema é a fiscalização", diz Gouveia.

Caso a Justiça dê ganho de causa para a prefeitura, nem toda a antena que hoje está irregular poderá ficar dentro da lei sem mudar de lugar, avaliam os procuradores do município, autores das ações.

NO MESMO LUGAR

Apesar de a lei sobre o tema ser de 2004 e, em 2010, a multa por descumprimento das normas de instalação ter subido de R$ 6.000 para

R$ 100 mil, o município nunca conseguiu retirar qualquer antena classificada como irregular de seu lugar.

A prefeitura, porém, afirma que fiscaliza o problema. Apesar de não ter retirado nenhuma antena -são as próprias empresas que, por questões técnicas, precisam fazer isso-, ela aplicou 846 multas no ano passado. As operadoras recorreram e nenhuma autuação foi paga até hoje.

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