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Juíza Patrícia Acioli foi assassinada com arma do Exército

Informação consta em um relatório da Polícia Federal que investiga o crime, ocorrido em 11 de agosto no Rio

Exército diz que não foi avisado de roubo ou furto de arma; pistola é antiga e pode ser de um militar reformado

DIANA BRITO
MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO

Uma das três armas usadas para matar a juíza Patrícia Acioli, na noite do dia 11 de agosto do ano passado, pertence ao Exército Brasileiro.

A informação consta de um inquérito da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

A magistrada foi assassinada com 21 tiros quando chegava em casa, em Niterói, na região metropolitana.

O Exército investiga de quem é a arma utilizada no crime. Como o número de série da pistola -da marca Colt, calibre 45- é antigo, a suspeita é de que a arma seja de um militar reformado.

Segundo o Exército, quando uma arma é roubada ou furtada o militar deve comunicar o crime, o que não ocorreu nesse caso.

A arma foi apreendida um mês após a morte de Acioli em uma casa na favela São José Operário, em Jacarepaguá, zona oeste da capital fluminense. De acordo com policiais, a comunidade é dominada por milicianos.

Segundo a investigação, o tenente-coronel Cláudio Oliveira, apontado como mandante do crime, "é uma pessoa querida dos milicianos".

No inquérito consta que a pistola tem as gravações "Armas da República do Brasil" e "Exército Brasileiro".

O relatório de investigação sobre o assassinato afirma que, "feito confronto balístico, a perícia constatou que a pistola 45 foi usada no assassinato da juíza. Também confirmou-se que ela foi encontrada no morro São José Operário, próximo à residência do tenente Daniel Santos Benitez [do 7º Batalhão de São Gonçalo na época]", um dos acusados do crime.

Uma pistola de calibre 40 e um revólver 357 também foram usados no assassinato.

O inquérito da Polícia Civil diz que a arma do Exército foi a primeira a ser usada pelo cabo da PM Sérgio Costa Júnior na hora do crime.

O cabo afirmou à polícia que, além da pistola 45, ainda portava outra de calibre 40. Ele fez a delação premiada e entregou os comparsas.

Por decisão da 3ª Vara Criminal de Niterói, os 11 PMs acusados de matar Acioli deverão ir à júri popular, mas os réus entraram com recurso, ainda não julgado, contra a decisão. Todos estão presos.

Na época da morte, Benitez disse que só falaria sobre o caso em juízo. Já Oliveira negou participação no crime.

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