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Comerciantes ameaçam barrar Nova Luz

Lojistas de Santa Ifigênia dizem que Plano Urbanístico para região foi aprovado sem acordo com a sociedade civil

Segundo eles, aprovação foi irregular; projeto de revitalização prevê desapropriações em 45 quadras da região

REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Representantes dos comerciantes da região da Santa Ifigênia, no centro de São Paulo, voltaram a criticar ontem a forma como estão sendo feitas as discussões sobre o projeto Nova Luz e endureceram o tom contra a prefeitura.

"A qualquer hora, nós vamos bloquear tudo", afirmou Joseph Hanna Fares Riachi, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da região.

"Nós temos 50 mil trabalhadores, que são 50 mil soldados que vão defender a região com unhas e dentes. Eu queria que a prefeitura soubesse disso", disse em coletiva convocada pelo grupo.

O projeto Nova Luz prevê a desapropriação e a revitalização, pela iniciativa privada, de 45 quadras que incluem parte das lojas da Santa Ifigênia. As empresas que investirem nas obras poderão obter lucros com o aluguel e a venda posterior dos imóveis.

As ameaças de ontem foram uma reação à aprovação do Plano Urbanístico para a região, no último dia 4, em reunião conturbada do Conselho Gestor das Zeis (Zonas Especiais de Interesse Social).

A aprovação, feita sem acordo com os membros da sociedade civil que compõem o conselho, era necessária para que a prefeitura pudesse abrir o edital do projeto.

PRIORIDADE

Uma das queixas dos comerciantes é que "a prefeitura não garantiu" prioridade aos moradores da área para reocupá-la após as obras.

Segundo o conselheiro Assad Nader, o conselho não dá voz real à sociedade civil e apresenta irregularidades, como conselheiros da prefeitura que faltam às reuniões, mas aparecem para votar.

"Estamos sendo massacrados. Nada é respondido. Esse projeto não é bem esclarecido." Nader acusa a especulação imobiliária de apressar as aprovações de propostas.

O grupo disse ainda que a prefeitura impediu a filmagem da votação -o que não aconteceu em outras reuniões.

Para o advogado e lojista Francisco Poli, a "irregularidade mais grave" do Conselho Gestor é que ele é responsável por 11 quadras da Santa Ifigênia, mas dá respaldo a um projeto que atinge 45 quadras.

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