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CPTM apura sabotagem em 7 incidentes

Após dois novos problemas ontem no sistema de trens, governo vai à polícia e pede investigação de ocorrências

Em um dos casos, cabos foram arrancados de caixa de sinalização; no outro, calça bloqueou o sistema elétrico do trem

JOSÉ BENEDITO DA SILVA
DE SÃO PAULO

Sete incidentes envolvendo trens da CPTM desde dezembro -dois ocorridos ontem- estão sendo investigados pelo governo e polícia por suspeita de sabotagem.

Ontem, perto das 4h, a destruição de um equipamento de sinalização -os cabos foram arrancados- parou a linha 12-Safira, que liga o Brás a Poá (Grande São Paulo).

A CPTM registrou a ocorrência na polícia e a classificou como "passível de desastre ferroviário". "Isso aqui não foi vandalismo, foi sabotagem", afirmou o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

Cerca de uma hora e meia depois, um trem da linha 11-Coral (Luz-Mogi das Cruzes) falhou e teve que ser recolhido, o que provocou lentidão em horário de pico.

Técnicos acharam uma calça jeans enroscada no pantógrafo, equipamento que conecta o trem à rede elétrica.

A Delegacia de Polícia do Metropolitano abriu inquérito para investigar os casos.

Desde o início do ano, o sistema teve ao menos 15 falhas graves -que afetam a circulação de trens. Em todo o ano passado, foram 42. O índice de ocorrências graves por milhão de km subiu de 1,60 para 2,08 entre 2011 e este ano.

As falhas em série preocupam o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Na quarta-feira, quando houve duas panes, o tucano ligou para Fernandes para cobrar esclarecimentos.

A tese da sabotagem vinha sendo veiculada de forma discreta, mas nos últimos dias o governo passou a ser mais incisivo. Na quarta, o próprio Alckmin disse a jornalistas que havia a suspeita. Ontem, após os incidentes da manhã, Fernandes revelou que outras cinco ocorrências tinham características de sabotagem.

Entre elas, dois descarrilamentos, dois choques entre trens e uma depredação por usuários da estação Francisco Morato da linha 7-rubi.

Segundo ele, no descarrilamento ocorrido na linha 9-esmeralda em fevereiro uma pedra "no tamanho adequado" foi colocada sobre os trilhos.

Ele não quis apontar suspeitos e afirmou não acreditar na participação de funcionários ou que os episódios tenham conotação política.

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