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Sem salas, crianças têm aula no refeitório de escola em reforma

Por causa de problemas respiratórios causados pela poeira das obras, algumas alteram dias no colégio e em casa

'Uma professora disse que as crianças ficaram mais agressivas', conta uma mãe; salas estão sendo reconstruídas

SIMEI MORAIS
DO “AGORA”

Depois de perder as salas em uma escola em reforma, crianças de dois a cinco anos passaram a ter aulas no refeitório e no que sobrou do pátio. Algumas delas, por causa de problemas respiratórios causados pela poeira das obras, alteram dias na escola e em casa.

O aperto é na Escola Municipal de Educação Básica Paschoal Carlos Magno, em São Bernardo do Campo (Grande SP), onde estudam 480 crianças em dois turnos. As salas foram demolidas há duas semanas para serem refeitas.

O prédio que sobrou -e que será demolido após a reconstrução das salas- abrigava o refeitório e a biblioteca. Agora, é dividido com tapumes para sete turmas por período. Enquanto alguns estão dentro, outros vão para o pátio sem parquinho, que foi desmontado.

AGRESSIVAS

Além da simultaneidade entre aulas e obra, os pais reclamam do acúmulo de crianças no mesmo ambiente.

"Uma professora disse que, quando chover, todos ficarão juntos. Ela disse também que as crianças ficaram mais agressivas", afirmou a metalúrgica Eliane Araújo, 30, mãe de um aluno.

As mães dizem ter ouvido da direção que "tenham paciência". A obra, de R$ 4,8 milhões, deve durar um ano.

Os pais questionam por que a Secretaria Municipal de Educação não planejou as obras fora do período letivo.

'POEIRÃO'

As netas de quatro e cinco anos da corretora Noêmia Rodrigues Fonseca estão faltando à escola desde que a obra começou. "Elas têm rinite e ficaram mal com o poeirão."

A auxiliar de produção Eliane dos Santos Ferreira, 29, "optou" pelo revezamento casa e escola, para amenizar a bronquite da filha de cinco anos. "Trago a menina dois dias e deixo faltar dois. Mesmo assim, ela tem feito inalação todo dia."

"Poderiam usar o centro cultural [na quadra abaixo], que tem um galpão. Os professores reclamam de esbarrar nas crianças. Algo ruim pode acontecer", afirmou a dona de casa Solange de Santana, 43.

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