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Governo quer PM criminoso em presídios comuns de SP Projeto foi revelado ontem por secretário ROGÉRIO PAGNANDE SÃO PAULO O governo de São Paulo planeja modificar o sistema disciplinar da PM para tentar acelerar demissões e, também, enviar ex-policiais envolvidos em crimes graves para o sistema penitenciário comum. Hoje, ex-PMs vão para o presídio militar Romão Gomes, na zona norte da capital. O anúncio da possível mudança ocorre em meio a uma série de denúncias de participação de PMs em crimes, que vão de arrastão a condomínio a furto de caixas eletrônicos. Nos casos recentes, a suspeita era a de que policiais em serviço passavam informações a criminosos sobre a localização de outros policiais. O secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, chegou a utilizar o termo "caos" para falar disso. "O policial militar que é pilhado passando informações para quadrilhas tem de ir para a vala comum, para o sistema penitenciário, assim como vai o mais vil dos marginais." O principal argumento para a existência desses presídios especiais é haver risco de morte para um ex-policial -ou parente direto- se for posto com criminosos comuns. O secretário rebate: "Fui secretário da Administração Penitenciária durante três anos. Temos lá vários ex-policiais e eu não tenho notícia de um que tenha perdido a vida em razão da origem dele". Ferreira Pinto disse que a mudança ainda está sendo formatada, mas que certamente atingirá policiais envolvidos com sequestro, estupro, latrocínio e roubo. As declarações ocorreram ontem durante cerimônia de posse do novo comandante-geral da PM, Roberval França. O evento foi marcado pela ausência do antecessor, coronel Álvaro Camilo, que comandou a corporação por três anos e saiu no início do mês. Para oficiais ouvidos pela reportagem, é "extremamente raro" ausências desse tipo. O comando foi transmitido pelo comandante interino, coronel Pedro Batista Lamoso. Nem o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que esteve no evento, nem Ferreira Pinto souberam explicar por que Camilo não foi. "Deve ter algum motivo de força maior. A saída dele não foi traumática", disse o secretário. Camilo disse que foi convidado para a cerimônia, mas que recusou. "Como eu pedi para sair do cargo, não me senti confortável em estar presente. Mas desejo toda a sorte ao coronel Roberval." O coronel afirmou que, se tivesse sido chamado para passar o comando (e não apenas para assistir), teria ido. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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