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Violência cresce em SP no 1º trimestre

Puxado pela capital, Estado volta a ter alta de homicídios; crimes contra o patrimônio seguem tendência de crescimento

Latrocínio foi o único crime cujo índice não apresentou alta nos três primeiros meses do ano, aponta balanço

AFONSO BENITES
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO
REYNALDO TUROLLO JR.
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

São Paulo teve aumento de homicídios no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2011. Crimes contra o patrimônio, como roubo de veículos, mantiveram tendência de alta no Estado, aponta balanço divulgado ontem pela Secretaria da Segurança.

A exceção foi o latrocínio, o roubo seguido de morte, que teve redução de 2,4%.

Entre janeiro e março deste ano, 1.137 pessoas foram assassinadas no Estado em 1.073 casos -em um mesmo registro da ocorrência pode haver mais de uma vítima.

O aumento de 7% nos homicídios no Estado foi puxado principalmente pela capital, onde ocorreram 257 casos, num aumento de 14%.

Março foi particularmente violento: houve aumento de quase 80% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Analisando o primeiro trimestre de cada ano desde 2002, constata-se que apenas em duas ocasiões os homicídios haviam aumentado: em 2009 e 2010. A redução dos assassinatos costuma ser a principal bandeira da Segurança Pública de São Paulo.

Para o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, o crescimento dos assassinatos em março não é motivo de grande preocupação. Isso porque, segundo ele, o "ponto fora da curva" foi o mês de março de 2011. Naquele ano, foram registrados 53 casos diante de uma média histórica de 70 a 90 casos. Neste ano, foram 94.

Essas oscilações podem ser provocadas até por questões climáticas, segundo ele.

Para o comandante da PM, Roberval França, cuja entrevista foi dada antes da divulgação oficial dos dados trimestrais da violência, a polícia paulista está sendo eficaz no que se refere aos homicídios, pois tem havido redução aos longo de 15 anos.

CRÍTICA

"Não se pode dar grande crédito às ações da polícia no combate ao homicídio", afirmou a doutora em sociologia pela USP e colaboradora do Centro de Estudos de Segurança Pública da Unesp, Camila Nunes Dias. Segundo ela, a existência de apenas uma facção criminosa no Estado garante certa "paz" no que se refere a assassinatos, pois não há briga de gangues.

"Também não se pode esperar que ela [a polícia] vá combater [com eficácia] outras formas de crime. Eu não vejo uma grande eficiência policial em São Paulo", afirmou a socióloga da Unesp.

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