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Mortalidade infantil cai pela metade em 10 anos, diz IBGE

Pesquisadores dizem que redução da taxa de fecundidade no país contribuiu

Apesar do ganho, Brasil ainda está distante das taxas obtidas por países europeus; maior queda ocorreu no Nordeste

VENCESLAU BORLINA FILHO
DENISE LUNA
DO RIO

A mortalidade infantil no Brasil caiu quase pela metade na última década. De cada mil crianças nascidas vivas (até um ano de idade), 15,6 morriam em 2010. Em 2000, essa proporção era de 29,7 -redução de 47,5%.

O resultado representa um ganho para o país, mas ainda está distante das taxas obtidas por países da Europa e pelo Japão. Nessas localidades, a taxa de mortalidade chega a ser de até 5 por cada mil nascidos vivos.

A pesquisa foi divulgada ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com base no Censo de 2010 e revelou ainda que o Brasil está atrás de países como o Chile, Uruguai, Argentina, México e Porto Rico.

Segundo os pesquisadores, os fatores que mais contribuíram para a queda foram a redução na taxa de fecundidade (de 2,38 filhos para 1,9 filho por mulher) e os aumentos da escolaridade e da renda real média no período.

A maior queda na taxa aconteceu na região Nordeste: 58,6%. Segundo o coordenador da pesquisa, Luiz Antonio de Oliveira, o resultado puxou a redução no Brasil.

A taxa na região passou de 44,7 para 18,5 óbitos por mil crianças nascidas. Apesar disso, o Nordeste ainda mantém as maiores taxas no país. A menor foi registrada no Sul, de 12,6 por mil.

Para o demógrafo Wilson Fusco, da Fundação Joaquim Nabuco, em Pernambuco, esse dado é reflexo dos investimentos sociais, como saneamento e saúde.

O Nordeste também registrou a maior alta (21,7%) na renda real média da população, mas ainda mantém o menor valor no país: R$ 946 por mês. A queda na fecundidade foi de 23,4% -de 2,69 para 2,06 filhos por mulher.

Segundo os pesquisadores, a queda na taxa de fecundidade foi resultado da opção das mulheres em ter filhos com mais idade. "A queda na taxa foi maior nos grupos etários mais jovens", disse Oliveira. A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, destacou o novo papel da mulher na sociedade. "Ela está se emancipando no mercado de trabalho", afirma.

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