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Obra desaba e assusta vizinhança do Ca'd'Oro

Escola que estava sendo demolida caiu, provocando barulho e poeira

Ninguém se feriu e não há risco, diz construtora; 'parecia um trem dentro de casa', afirma morador de prédio ao lado de obra

Almeida Rocha/Folhapress
Parte de antiga escola que estava sendo demolida (à dir.) e desabou; no local, haverá novo empreendimento no centro
Parte de antiga escola que estava sendo demolida (à dir.) e desabou; no local, haverá novo empreendimento no centro

PEDRO IVO TOMÉ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
MARIANA POLI
DO “AGORA”

Os vizinhos do antigo hotel Ca'd'Oro tomaram um susto na noite de segunda-feira.

Por volta das 23h, ouviram um grande estrondo. Algumas pessoas, sem saber o que estava acontecendo, desceram de pijamas à rua, em meio à poeira que se desprendeu dos escombros.

O barulho, que segundo moradores durou cerca de oito segundos, foi provocado pelo desabamento de uma escola infantil que estava sendo demolida ao lado da área do antigo hotel. Ninguém estava no local no momento e não houve feridos.

A área onde funcionavam o hotel e a escola dará lugar a um empreendimento com duas torres, uma comercial e outra residencial, além do hotel renovado.

Os moradores do edifício Lucca, na rua Avanhandava, disseram que, após o estrondo, uma nuvem de poeira e até pedaços de concreto atingiram o prédio.

"Parecia um trem dentro de casa. Todos ficaram assustados. As pessoas desceram de pijama, mulher de camisola, outra com o gato na mão. Todo mundo na rua, do jeito que dava. Foi constrangedor", afirmou Marcelo Soares, um dos moradores.

"Foi uma cena à la 11 de setembro", diz Gustavo Santiago, 24, vizinho à obra.

Segundo ele, com o impacto, o prédio balançou, a luz oscilou por alguns segundos e a poeira começou a entrar nos apartamentos, deixando moradores em pânico.

"Desceu gente de cueca, de pijama, com gato, cachorro, papagaio", diz a hostess Thaís Damaso, 28. "A primeira sensação foi a de que nosso prédio estava desabando".

AVALIAÇÃO RÁPIDA

Após o susto, a polícia e os bombeiros foram acionados. Para alguns moradores, houve descaso. Eles afirmam que, após uma rápida avaliação, foram informados de que ficaria ao critério dos moradores permanecer ou não no prédio, e que não ficou claro se havia riscos.

Procurados, prefeitura e a construtora Brookfield, responsável pelas obras, descartaram qualquer risco para moradores da região (leia texto nesta página).

Pela manhã, um dos engenheiros da Brookfield visitou a área e conversou com moradores da região. A construtora se comprometeu a contratar uma empresa terceirizada para limpar as áreas cobertas pela poeira e a lavar os carros que ficaram sujos.

Diversos moradores dizem que a obra tem sido um transtorno desde o início, e que a empreiteira retira terra e demolição do conjunto durante a madrugada.

Núbia Tavares, moradora do edifício Lucca, resolveu sair de casa: "Eles querem demolir isso com tanta pressa que deve ter ficado mal feito. Enquanto não tiver um laudo da prefeitura dizendo que está tudo bem com o prédio, não fico aqui. Já estou pensando em me mudar." Márcio Inocêncio, 57, funcionário público, também diz estar com medo de ficar em casa.

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