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Construção civil entope ruas do interior paulista com lixo de obras

Cidades alegam falta de recurso ou de conscientização de morador

DE RIBEIRÃO PRETO

A expansão da construção civil tem causado transtornos a municípios do interior paulista devido à falta de áreas adequadas para o descarte de resíduos gerados pelo setor.

Reflexo disso são ruas abarrotadas de restos de materiais de construção, atrapalhando o trânsito de veículos ou pedestres e, ainda, entupindo terrenos e ameaçando áreas de proteção ambiental.

A Folha constatou o problema em Jardinópolis, Barrinha, Serrana, Guapiaçú, Ubarana e Potirendaba.

O caso mais crítico foi encontrado em Jardinópolis, onde restos de blocos cerâmicos, telhas, cimento e tijolos oriundos de demolições ou reformas estão espalhados por toda a cidade.

O município está sem um local adequado para o envio do lixo da construção.

Em Barrinha, Serrana e Pontal, a situação é semelhante, mas em menor volume.

Em média, segundo as prefeituras, essas cidades produzem por dia 20 toneladas de lixo da construção. Quando não "exportam" para aterros particulares, o material se acumula na área urbana.

Guapiaçú, Ubarana e Potirendaba sofrem para controlar o despejo irregular de entulho da construção, já que as cidades não possuem local próprio para os detritos.

Segundo Marco Antônio Sanches Artuzo, diretor da Cetesb (companhia ambiental de São Paulo) de Ribeirão, a responsabilidade da destinação do lixo é dividida entre prefeituras e indústria.

"A prefeitura acaba responsável pelo pequeno volume gerado pelo morador que está fazendo uma reforma." Já o volume maior, pela legislação, tem que ter destino definido pela indústria da construção civil.

Antes de aprovar um aterro da construção civil, a Cetesb avalia se há riscos de contaminação de solo, lençol freático, rios, nascentes e áreas de preservação.

OUTRO LADO

As prefeituras das cidades que têm lixo de construção civil nas ruas alegam que faltam recursos para criar um aterro e, também, conscientização dos moradores.

Em Jardinópolis, a administração diz que envia o lixo para um local provisório e que a limpeza da cidade será concluída em 20 dias.

Serrana atribuiu o despejo irregular à falta de conscientização da população, enquanto Barrinha diz não ter recursos para construir um aterro ou fazer reciclagem.

Em Guapiaçú, a solução foi o descarte num aterro privado. Em Potirendaba, os detritos começaram a ser enviados a uma usina na região.

Procurada, a Prefeitura de Ubarana não respondeu.

Já o Sinduscon (sindicato da indústria) diz apoiar iniciativas previstas em lei.

"Ribeirão Preto, por exemplo, fez debates que resultaram na criação da Reciclax, primeira área na cidade licenciada para gerenciamento de resíduos", diz Eduardo Nogueira, diretor regional.

(SILVA JUNIOR e RICHARD SELESTRINO)

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