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Com liminar, camelôs voltam à feira do Brás

Após 1.600 pedidos à Justiça, 42 comerciantes conseguem voltar a comércio que é investigado por corrupção

Associação cobra taxa de R$ 250 dos comerciantes locais; medida é proibida pela Prefeitura de São Paulo

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

Comerciantes da feira da madrugada, no Brás, que foram expulsos do local pela prefeitura estão conseguindo na Justiça autorização para reabrir boxes e construir até restaurantes no espaço -que pertence à União e está sob guarda provisória da administração municipal.

Já são 42 liminares, de um total de 1.600 ações apresentadas nas varas da Fazenda Pública da cidade.

A feira, que reúne cerca de 4.000 boxes e recebe 25 mil pessoas por dia, é investigada pela Polícia Civil e Ministério Público Estadual.

Esquemas de vendas de boxes foram denunciadas mesmo depois de a prefeitura assumir a área. Os valores da negociata, segundo denunciantes, variam de R$ 300 mil a R$ 500 mil.

Em novembro, a PM ocupou a região após protestos de comerciantes que perderam as licenças por venderem mercadorias piratas ou por não terem cadastro na prefeitura. São alguns desses que, agora, conseguiram voltar.

Em uma das decisões, da 2ª Vara da Fazenda Pública, um juiz diz não haver prova de que a mercadoria é ilegal.

Com as liminares, até lanchonetes estão sendo abertas. Na entrada, uma pastelaria funciona no espaço de pelo menos 20 boxes.

PEDÁGIO IRREGULAR

Embora seja proibido pela prefeitura, a Cofemapp (associação de comerciantes da feira) criou uma taxa: comerciantes devem pagar R$ 250 por mês. Cerca de 650 pagam.

O comércio está sob responsabilidade da prefeitura desde outubro de 2010. O espaço foi negociado para acolher camelôs que atuavam nas ruas, em 2006, durante a gestão José Serra (PSDB).

Naquele ano, a área era administrada por Geraldo Amorim, com autorização do Ministério dos Transportes, dona da área. Ele foi assassinado num assalto em 2011.

A feira hoje é administrada pelo coronel da reserva José Roberto da Fonseca. Porém, dois grupos disputam o comando. Um deles é formado pela Cofemapp, dirigida por Manuel Simão Sabino Neto, que se reporta a Fonseca.

O advogado Ailton Vicente de Oliveira, que assumiu após Amorim sair, tenta voltar ao comando do comércio. Ele foi afastado desde que a prefeitura assumiu a gestão.

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